ALERTA

"Quando olhei, minha perna estava sangrando", diz vítima de agulhada durante o Galo

Ainda segundo a vítima, ela viu a pessoa que praticou a ação.

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 23/02/2020 às 17:00
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Uma mulher que não quis ser identificada denunciou ter recebido uma agulhada enquanto curtia o Carnaval durante o desfile do Galo da Madrugada, nesse sábado (22). Ela relatou todo o ocorrido em entrevista a repórter Ciara Carvalho, do Jornal do Commercio.

Segundo a vítima, ela estava acompanhando, com familiares, o trio em que se apresentavam as cantoras Pablo Vittar e Michele Melo, na Avenida Dantas Barreto, por volta das 17h30, quando sentiu uma picada sutil na coxa. "Foi tão sutil que nem dei crédito. Mais na frente, quando olhei, minha perna estava sangrando", relatou.

>>>Vítima detalha como recebeu agulhada durante carnaval de Olinda

Ainda segundo a denunciante, ela viu a pessoa que praticou a ação. "Eu olhei para ele, e pensei em avisá-lo que tinha algo na mão que estava machucando as pessoas. Mas como o indivíduo não olhou para mim, eu segui em frente", disse. (veja relato completo mais abaixo)

Depois de limpar o ferimento, a vítima encontrou um furo. Ao procurar a polícia, ela escutou que deveria procurar os Bombeiros e sentiu-se negligenciada. "É descaso demais. A polícia entra batendo para resolver outras situações, mas quando recorremos a eles relatando algo, alertando, que é perigoso, eles não se preocupam", disse a vítima.

Durante a gravação da entrevista, a mulher pediu para que a voz fosse destorcida.

Confira o relato completo

Outro caso

Uma jovem de 23 anos procurou atendimento no Hospital Correia Picanço, na Zona Norte do Recife, afirmando ter recebido uma agulhada enquanto brincava carnaval em Olinda. Ela não quis ser identificada. Segundo a vítima, o caso teria acontecido no sábado (22). Em entrevista à reportagem da TV Jornal, ela relatou o ocorrido.

Confira a nota conjunta da SES/SDS

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs) informa que recebeu a notificação de 23 pessoas, entre os dias 15 a 22 de fevereiro, que alegaram terem sido furadas por agulhas durante as festas de Carnaval em Recife e Olinda. Deste total, 21 deram entrada no Hospital Correia Picanço, sendo no último sábado (22.02), 12 pessoas relatando a mesma ocorrência. Os pacientes foram admitidos na unidade, referência estadual em doenças infecto-contagiosas, e, após triagem, 20 realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP) para prevenir a infecção pelo HIV e outras infecções. Dos 23 casos, 15 são do sexo feminino e 8 masculino.

Os demais, ou se recusaram a fazer o teste rápido (pré-requisito para o uso da medicação), e, consequentemente, o tratamento, ou já tinham passado da janela de 72 horas preconizadas para início da medicação. Todos foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias para conclusão do tratamento.

Todos os pacientes foram orientados a realizar o monitoramento de possíveis infecções no Serviço de Atenção Especializada (SAE) do próprio Correia Picanço, ou nos municípios de residência dos paciente. É importante ressaltar que os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas infectadas são considerados baixos, em média 0,3% para HIV.

Em 2019, 300 pessoas deram entrada no Hospital Correia Picanço alegando terem sido furadas por seringas durante os festejos de Momo. A SES-PE destaca que não houve casos positivos desse evento.

A Polícia Civil de Pernambuco informa que recebeu, neste Carnaval, denúncias de 12 pessoas relatando terem sido picadas ou sentido pontadas causadas por algum tipo de objeto perfurocortante. Dez denúncias foram feitas ontem (22) e duas, neste domingo (23).

A PCPE instaurou inquérito e está apurando os fatos. A PCPE alerta para o cuidado no trato do tema, para não causar pânico desnecessário na população. No ano passado, dos casos relatados ao Hospital Correia Picanço, apenas duas pessoas se prontificaram a prestar depoimentos à Polícia. Retratos falados foram feitos, diligências, análise de imagens, mas os inquéritos não identificaram suspeitos devido à ausência de elementos, assim como uma possível motivação para essas ações.

Mas a missão da Polícia é prevenir o crime, apurar as denúncias com rigor e reprimir qualquer tipo de violência. Por isso, neste Carnaval, a PCPE montou uma posto de atendimento 24h no Hospital Correia Picanço. A unidade conta com equipes formadas por delegados, escrivães, agentes e peritos papiloscopistas, para colher depoimentos, fazer as perícias, diligências e buscar imagens das câmeras de videomonitoramento com o objetivo de identificar e capturar suspeitos dessa prática.