SAÚDE

Com medo do coronavírus, sindicato da PRF-PE quer suspensão do teste do bafômetro

A medida quer utilizar o teste do etilômetro apenas quando os condutores apresentarem sinais de embriaguez

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 03/03/2020 às 10:58
Divulgação/PRF
FOTO: Divulgação/PRF

Em meio ao surto mundial do novo coronavírus e a confirmação de casos no Brasil, o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de Pernambuco (SINPRF–PE) encaminhou um documento à Superintendência da PRF, na segunda-feira (2), solicitando a suspensão parcial do uso do etilômetro, conhecido também como “bafômetro”, durante abordagens policiais. Em entrevista ao programa Passando a Limpo desta terça-feira (3), o diretor do SINPRF-PE, Thiago Arruda, explicou que a iniciativa visa utilizar o teste do bafômetro apenas quando os condutores apresentarem sinais de embriaguez.

“O ideal para esse momento não é suspender os testes do etilômetro, mas apenas deixar para os casos onde haja evidências ou sinais de que o condutor fez o uso de bebida alcoólica e está dirigindo. O procedimento lida com a tecnologia dos etilômetros passivos, onde o aparelho capta o ar do ambiente. Com isso, a gente tem uma exposição mais do que necessária para a atividade do policial rodoviário federal. Nossa preocupação é que, com esse contato excessivo, o policial não venha a ser um vetor da doença dentro da sociedade”, detalhou.

De acordo com Thiago, a medida surgiu por causa dos policiais que atendem o público externo estarem mais expostos, e, por isso, diminuir parcialmente o contato com os usuários seria mais adequado.

"Nesse momento de surto e voos internacionais, a gente entende que a fiscalização educativa daquele condutor que evidentemente não apresenta sinais de embriaguez, ela pode, em nome da segurança sanitária, ser suspensa. Ou então nos concederem equipamentos necessários para que seja feita com segurança para o usuário e para o policial", relatou.

Segundo o diretor, a falta de materiais de trabalho adequados, como luvas e máscaras N95, impede que os policiais utilizem o etilômetro de forma segura.

"Esses equipamentos já deveriam serem utilizados e não estão sendo. Mesmo assim, os policiais continuam trabalhando e aplicando os testes de etilômetro. No nosso ofício, solicitamos esses equipamentos de proteção individual para que o trabalho não seja descontinuado. No entanto, até que isso venha a ser efetivado, é muito tempo. A dificuldade para conseguir esse material é muito grande, inclusive com uma inflação seccional que está encarecendo demais estes produtos", concluiu Thiago Arruda.

Ouça a entrevista na íntegra: