
A deputada estadual pelo estado de São Paulo, Janaina Paschoal (PSL), disparou uma série de acusações contra o presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (16), durante discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). As declarações foram dadas um dia após o presidente da República cumprimentar manifestantes e incentivar os protestos deste domingo (15), contrariando recomendação do Ministério da Saúde devido ao avanço do novo coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro informou que seu exame deu negativo para coronavírus, no entanto, ele deveria permanecer em quarentena. O que foi contrariado.

Janaina Paschoal afirmou que a decisão de Bolsonaro de sair do Planalto para falar com manifestantes foi um crime contra a saúde pública. “O que ele fez ontem é inadmissível, é injustificável, indefensável, crime contra a saúde pública. Desrespeitou a ordem do seu ministro da Saúde”, criticou.
“Não tem mais justificativa. Como um homem que está possivelmente infectado vai para o meio da multidão? Como um homem que faz uma live na quinta e diz para não ter protestos vai participar desses mesmos protestos e manda as deputadas, que são paus mandados dele, chamar o povo para a rua? Eu me arrependi do meu voto. Que país é esse? Ele está brincando? Ele acha que pode tudo?”, questionou a deputada, visivelmente alterada.
Ela defendeu a saída de Bolsonaro do poder. “Esse senhor tem que sair da Presidência da República. Deixa o [vice-presidente] Mourão que entende de defesa. Nosso país está entrando numa guerra contra um inimigo invisível”, completou. “As autoridades têm que se unir e pedir para ele se afastar. Nós não temos tempo par um processo de impeachment”, concluiu.
Veja o vídeo:
"Esse senhor tem que sair da Presidência da República. Deixa o Mourão que entende de defesa". - Janaína Paschoal em discurso na ALESP se arrependendo do voto em Bolsonaro.pic.twitter.com/KtNFKebmXN
— Milena Batista (@milenabatista) March 16, 2020
Coronavírus no Brasil
Os casos confirmados do novo coronavírus alcançaram 234 hoje (16), segundo a atualização divulgada pelo Ministério da Saúde. É mais do que o dobro de três dias atrás. Na sexta-feira (13), o total passou de 100 pela primeira vez e agora já ultrapassa os 200. São Paulo é responsável por mais da metade dos casos (152).
Já os casos suspeitos ultrapassaram os 2 mil, chegando a 2.064. São Paulo lidera com 1.177, seguido por Rio Grande do Sul (119), Santa Catarina (109), Distrito Federal (107) e Rio de Janeiro (96).