COMÉRCIO

Comerciantes relatam movimento fraco após novos casos de coronavírus

Eles também disseram que muitas mercadorias estão em falta no Ceasa

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 18/03/2020 às 13:53
Leo Motta/JC Imagem
FOTO: Leo Motta/JC Imagem

Com a expansão do coronavírus em Pernambuco e a confirmação de novos casos, o fraco movimento nas feiras já é percebido pelos comerciantes da feira livre de Santa Rita, no bairro de São José, Centro do Recife. Na manhã desta quarta-feira (18), das 150 bancas de frutas, verduras e cereais, muitas estavam sem mercadorias, apenas cobertas com plástico.

Segundo a comerciante Tereza Cristina, a baixa nas vendas já é consequência da falta de produtos no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa). "A gente não está encontrando nada lá. Com dinheiro, mas não tem mercadoria pra gente comprar. Muita gente tá com medo do coronavírus e por isso não estão vindo comprar", disse.

Dos poucos clientes que circulavam pela feira livre nesta manhã, alguns utilizavam máscaras, como a vendedora Verônica Maria, que disse estar seguindo as etiquetas de higiene. "Eu acho muito importante que a população se preocupe com isso para evitar. Muita gente não acredita, mas está provado nos canais de comunicação que isso não é mentira, então vamos nos prevenir", falou uma cliente.

Prevenção

De acordo com os órgãos de saúde, até agora o melhor meio para combater a transmissão do coronavírus ainda é a higiene pessoal. Por isso é importante e necessário manter constantemente a limpeza das mãos com água, sabão e álcool em gel. As orientações estão espalhadas pela cidade nos panfletos distribuídos pelos órgãos públicos. Mas em alguns banheiros dos mercados e feiras livres não existem esses itens de limpeza.

Na feira de Santa Rita, por exemplo, tem água nas torneiras mas falta sabão e até papel para enxugar as mãos. "Não tem sabão para a gente lavar as mãos. Geralmente, falta água. Vários dias o banheiro fica fechado porque não tem água", disse uma comerciante, que preferiu não se identificar.

Para manter a higiene em dia, o comerciante Maurício José decidiu comprar com o próprio dinheiro sabão para ele e outros vendedores da feira. "A gente entra no banheiro, faz as necessidades e quer lavar as mãos, mas não tem sabão nenhum. O Poder Público não está ajudando a gente em nada. O recipiente para colocar esses itens está tudo quebrado. Então eu trouxe de casa e botei aqui", afirmou.

A falta de medidas de higiene também se repete em outros locais públicos, como os terminais de ônibus. No terminal integrado do Recife, no Centro da Cidade, a situação é tão precária que nem torneira dentro do banheiro existe. "É uma nojeira. Precário demais. É melhor pagar por aí do que urinar aqui no banheiro do terminal. Agora a passagem cara e a população não recebe nada em troca. Eu trabalho de motoboy e ando com um álcool em gel, sempre passando nas mãos e quando paro no meu ponto, procuro lavar as mãos também", comentou o motoboy, que não quis se identificar.