Preocupada com notícias veiculadas na internet, sobre medicamentos que supostamente teriam eficácia no tratamento contra o novo coronavíruis (Covid-19), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota alertando sobre os riscos que a automedicação pode causar para a saúde.
A nota fala especificamente dos medicamentos que contêm hidroxicloroquina e cloroquina. De acordo com a agência, esses medicamentos são usados para tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária.
“Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, explica a Anvisa.
Confira a nota técnica completa.
Entenda o caso
Nesta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donal Trump, afirmou que aprovou o uso de cloroquina no país para tratar o novo coronavírus. As autoridades da saúde, no entanto, haviam sugerido que o tratamento poderia levar bastante tempo.
O comunicado de Trump se embasou em um estudo feito na China, que apontou que as drogas hidroxicloroquina e remdesivir, usadas no combate à malária, podem ter bons resultados contra o coronavírus. "Poderemos disponibilizar esse medicamento quase imediatamente", disse Trump a repórteres. "Ele já passou pelo processo de aprovação, foi aprovado. Reduziram muito o tempo, em muitos meses. Poderemos disponibilizar esse medicamento mediante receita médica", completou.
O farmacêutico e mestre em inovação terapêutica Leandro Medeiros é professor e coordenador do curso de Farmácia da Universidade Católica de Pernambuco e presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia Regional Nordeste. Ele condenou a fala do presidente dos Estados Unidos.
"Ainda não é o momento de usar esses medicamentos com esse propósito porque a gente ainda não entende detalhes importantes para o tratamento. Por exemplo, nós não sabemos a dose adequada, não sabemos qual é a duração tratamento correta", apontou.
Confira a entrevista completa: