CORONAVÍRUS

Anvisa alerta sobre uso de medicamentos para malária no tratamento do coronavírus

Segundo a Anvisa, a automedicação com uso de medicamentos que contêm hidroxicloroquina e cloroquina pode acarretar riscos para a saúde

Com informações da Agência Brasil
Com informações da Agência Brasil
Publicado em 20/03/2020 às 16:05
Divulgação/Josué Damacena
FOTO: Divulgação/Josué Damacena

Preocupada com notícias veiculadas na internet, sobre medicamentos que supostamente teriam eficácia no tratamento contra o novo coronavíruis (Covid-19), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota alertando sobre os riscos que a automedicação pode causar para a saúde.

A nota fala especificamente dos medicamentos que contêm hidroxicloroquina e cloroquina. De acordo com a agência, esses medicamentos são usados para tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária.

“Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, explica a Anvisa.

Confira a nota técnica completa.

Entenda o caso

Nesta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donal Trump, afirmou que aprovou o uso de cloroquina no país para tratar o novo coronavírus. As autoridades da saúde, no entanto, haviam sugerido que o tratamento poderia levar bastante tempo.

O comunicado de Trump se embasou em um estudo feito na China, que apontou que as drogas hidroxicloroquina e remdesivir, usadas no combate à malária, podem ter bons resultados contra o coronavírus. "Poderemos disponibilizar esse medicamento quase imediatamente", disse Trump a repórteres. "Ele já passou pelo processo de aprovação, foi aprovado. Reduziram muito o tempo, em muitos meses. Poderemos disponibilizar esse medicamento mediante receita médica", completou.

O farmacêutico e mestre em inovação terapêutica Leandro Medeiros é professor e coordenador do curso de Farmácia da Universidade Católica de Pernambuco e presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia Regional Nordeste. Ele condenou a fala do presidente dos Estados Unidos.

"Ainda não é o momento de usar esses medicamentos com esse propósito porque a gente ainda não entende detalhes importantes para o tratamento. Por exemplo, nós não sabemos a dose adequada, não sabemos qual é a duração tratamento correta", apontou.

Confira a entrevista completa: