
Em entrevista ao Passando a Limpo nesta sexta-feira (24), o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, disse estar preocupado com a situação do órgão após a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral. Segundo ele, a saída de Aleixo já estava prevista desde o ano passado, mas que essas trocas não seriam benéficas para a PF.
"A repercussão é imensa, mas já era uma troca esperada desde o ano passado, mais cedo ou mais tarde isso ocorreria. Nós nos preocupamos com a Polícia Federal, que não deveria estar numa situação de desproteção. Não há instituição que consiga desenvolver seus trabalhos com tranquilidade com tantas trocas no comando sem a mínima previsão e institucionalidade”, avalia.
Segundo Edvandir, a desproteção vivenciada pela Polícia Federal acontece por causa da falta de autonomia do órgão.
“É uma instituição que não tem autonomia e não tem sequer um mandato previsto para o seu diretor-geral, a exemplo de várias polícias no mundo, como o FBI nos Estados Unidos. Nós vamos agora para o 4º diretor-geral em três anos. É necessária a aprovação de uma legislação no Congresso nesse sentido. O novo diretor que vai ser nomeado nos próximos momentos certamente não terá garantia que ficará e poderá cair na próxima crise que vier pela frente", afirma.
Sergio Moro
Ainda de acordo com o presidente da ADPF, a indicação do substituto de Maurício Valeixo para o cargo de diretor-geral da instituição será decidida por uma escolha política entre o presidente e o próprio ministro.
"Nós não temos nome ideal. A decisão do ministro e do presidente da República é uma escolha política. O ministro Moro, por mais que seja um técnico, um histórico maravilhoso pelo trabalho que fez na Justiça Federal, a partir do momento que ele aceitou ser o ministro da Justiça, ele se tornou um político. Então a escolha do ministro a gente deixa para o mundo político avaliar", finaliza.
Ouça a entrevista na íntegra: