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Muita gente se inscreveu de má-fé, diz Bolsonaro sobre auxílio emergencial

Brasileiros têm se queixado da demora do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, fora as dificuldades para acessar o benefício

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 30/04/2020 às 10:10
Antonio Cruz/ Agência Brasil
FOTO: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Diariamente, as agências da Caixa Econômica Federal têm registrado enormes filas e uma grande aglomeração de pessoas em busca do auxílio emergencial no valor de R$ 600. Na manhã desta quinta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro falou com a imprensa e, aparentando desconforto com relação aos brasileiros que se queixam da espera no pagamento, disse que "muita gente se inscreveu de má-fé".

"Faltam alguns milhões receberem e estão criticando. E eles têm espaço nas mídias. Tá ‘em análise’, mas tem critérios. Não é para todo mundo. Muita gente se inscreveu de má-fé e sabe disso. Como de vez em quando a gente faz um pente-fino no Bolsa Família e encontra muita gente bem de vida recebendo. Não foi diferente aqui. Tem pessoas que merecem, mas é um trabalho manual essas análises e são milhões que faltam ter seu processo analisado para ser concedido”, disparou.

Mais críticas a governadores

Também nesta manhã, Jair Bolsonaro voltou a criticar governadores com relação ao enfrentamento ao novo coronavírus (covid-19). Ele insinuou que os recursos enviados aos governos estaduais estaria sendo desviados. "O governo federal fez tudo, o Paulo Guedes, em contato com o congresso e governadores, liberou recursos para tudo. Nós fizemos tudo que foi possível e mais alguma coisa. Agora cabe aos governadores gerir esses recursos. O que mais nós temos por parte de alguns estados é desvio de recursos. É isso que está acontecendo", disse, sem apresentar provas para as acusações.

O presidente também questionou os números oficiais de mortes causadas pelo novo coronavírus. "O Supremo Tribunal Federal decidiu que as medidas para evitar com que a curva seja achatada caberiam aos governadores e prefeitos, que tomaram medidas bastante rígidas não achataram a curva. Partindo do princípio que o número de óbitos é verdadeiro. O próprio Diário Oficial lá do estado de São Paulo tá escrito que na dúvida bota coronavírus para inflar o número e fazer uso político desse. É o governador gravatinha de São Paulo fazendo politicalha em cima dos mortos, zombando de familiares que tiveram seus entes queridos que morreram por vírus ou outra causa", disse, em referência ao governador João Dória (PSDB).