RECOMENDAÇÃO

Não queremos abandonar ninguém, diz SES sobre prioridade de acesso à UTI

Cremepe recomendou à SES priorizar o acesso à UTI dos pacientes que têm mais chances de sobreviver ao novo coronavírus (Covid-19)

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 30/04/2020 às 7:00
BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM
FOTO: BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM

O secretário Estadual de Saúde, André Longo, comentou, nesta quarta-feira (29), a recomendação do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) para priorizar o acesso à UTI dos pacientes que têm mais chances de sobreviver ao novo coronavírus (Covid-19). Segundo ele, é preciso considerar a possibilidade diante da situação de pandemia.

O número de leitos disponíveis não será capaz de atender a demanda de pacientes com covid-19. De acordo com o boletim epidemiológico desta quarta-feira (29), a taxa de ocupação na rede pública era de 98%. Diante da situação, o conselho divulgou um documento com critérios para uma triagem.

O secretário Estadual de Saúde reconhece que a prioridade no atendimento não pode se resumir a faixa etária. André Longo afirma que o debate sobre o assunto merece ser ampliado com os profissionais e instituições de todo o país. “O nosso trabalho é para salvar vidas. Mas numa situação de desastre, de pandemia, em que muitas vezes a capacidade de atendimento é superada pela situação fática daquele grande volume de pacientes, o médico é chamado para tomar decisões e tendo parâmetros objetivos, mas discutidos amplamente, isso pode sim ser uma ferramenta de ajuda. Nós não queremos abandonar ninguém (...) Mas há de haver algum grau de priorização e para isso existem trabalhos sendo desenvolvidos no mundo inteiro”, apontou o secretário

Cremepe

O Cremepe diz que cabe a autoridade sanitária o início, duração e gradação do ponto de corte de utilização do escore unificado para priorização. Na prática, a responsabilidade para definir quem vai ter uma atenção maior será da Central de Regulação de Leitos através de uma equipe especializada.

O vice-presidente do Cremepe, Maurício Mattos, explica que a recomendação é baseada na opinião de vários profissionais. Ele afirma que a resposta depende do entendimento da Secretaria Estadual de Saúde. “Nós construímos essa recomendação há mais ou menos duas semanas com vários médicos especialistas que são componentes das câmaras técnicas do Cremepe (...) É um documento que deve estar sendo avaliado criteriosamente pela SES para, num momento oportuno, definirem se ele será utilizado em sua capacidade ou parcialmente”, explicou. “Apenas a Secretaria de Saúde tem completo domínio dos números que envolvem tanto a necessidade de leitos de UTI como também a disponibilidade desses leitos e com base nessas informações é que eu acredito que eles vão balizar quando utilizar essa nossa recomendação e qual seria o nível de ‘ponto de corte’ para utilizar de acordo com a necessidade”, completou o vice-presidente do Cremepe.