SAÚDE

Coronavírus: EUA prevê disponibilização da vacina até o fim do ano

Além dos Estados Unidos, saiba como está a fase de criação da vacina contra o coronavírus em alguns países

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 03/06/2020 às 9:46
Reprodução/SBT
FOTO: Reprodução/SBT

A esperança de ter uma vacina contra o novo coronavírus avança mais um pouco. Isso porque pesquisadores das Forças Armadas dos Estados Unidos (EUA) estão trabalhando na criação de uma vacina e acreditam na possibilidade de que esteja disponível para parte da população norte-americana até o final do ano. A informação foi confirmada pela coronel Wendy Sammons-Jackson, diretora do Programa de Pesquisa de Doenças Infecciosas das Forças Armadas dos EUA à agência de notícia Reuters.

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O trabalho é um esforço conjunto das Forças Armadas norte-americanas com outras áreas do governo, que colaboram com o setor privado para produzir uma vacina em larga escala. A iniciativa visa desenvolver medicamentos de anticorpos e vacinas para tratar a população do país e também os aliados do governo americano pelo mundo. Os militares planejam testar a vacina em pessoas já no fim do verão no hemisfério norte, no dia 21 de junho.

Brasil

No Brasil, uma equipe composta por 15 pessoas trabalham intensamente no desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz contra a covid-19. O grupo de trabalho é liderado pelo pesquisador Alexandre Vieira Machado, da Fiocruz em Minas Gerais, em parceria com outras instituições, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Instituto Butantã, a Universidade de São Paulo (USP) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. O Instituto do Coração (Incor) de São Paulo também trabalha no desenvolvimento da vacina, liderado pelo médico Jorge Kalil.

Segundo Machado, o trabalho de sua equipe está sendo feito a partir de algum conhecimento acumulado com o Sars-CoV-1 e tem como base o vírus influenza recombinante, outra doença com sintomas respiratórios mais grave em idosos, assim como a covid-19. “Nós modificamos geneticamente o vírus da gripe, que é o vírus influenza, para que ele produza tanto as proteínas do vírus da gripe quanto uma proteína que nós chamamos de imunogênica, uma proteína que induz resposta imune, no caso ao Sars-CoV-2. Esperamos que uma pessoa vacinada com esse vírus tenha uma proteção contra a covid-19 e também à influenza”, disse.

Porém, embora promissor, o trabalho ainda está longe de ser concluído. De acordo com o pesquisador, o desenvolvimento laboratorial, com testes em camundongos, deve ser concluído em meados do ano que vem. Para só então iniciar a fase clínica, que é mais complexa e cara, pois exige mais estrutura, pessoal especializado e condições sanitárias específicas.

Reino Unido

Já na Universidade de Oxford, no Reino Unido, a vacina contra a covid-19 que está em desenvolvimento já vai para a fase três de testes clínicos, quando 10 mil pessoas serão vacinadas no país para verificar a eficácia da produto. No entanto, ainda não é possível estipular um prazo sobre quando a vacina estará pronta.

Segundo a imunologista brasileira que está participando do processo de criação, a eficácia da vacina pode ser comprovada entre dois a seis meses. Além disso, passada essa fase, ainda resta saber se é possível criar a medicação em larga escala, além de variáveis como a acessibilidade global, o valor de comercialização e se será possível distribuir gratuitamente. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.