Setor produtivo

"É possível salvar o ano", diz representante de movimento pela reabertura econômica em Pernambuco

Avelar Loureiro Filho afirmou que uma série de medidas econômicas precisam ser implantadas ainda neste mês para que o ano não seja perdido

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 08/06/2020 às 10:20
Arquivo/Agência Brasil
FOTO: Arquivo/Agência Brasil

Além da reabertura do comércio atacadista e das clínicas médicas, a construção civil também volta a funcionar nesta segunda-feira (8) com 50% de seu efetivo em horário reduzido, e não mais das 9h às 18h. Em entrevista ao Passando a Limpo, o interlocutor do Movimento Pró Pernambuco, Avelar Loureiro Filho, afirmou que mesmo após a paralisação por mais de dois meses em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o ano do setor produtivo, em especial, a construção civil, pode ser salvo por meio de medidas rígidas adotadas pelo governo federal ainda neste mês de junho.

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De acordo com o construtor, um plano de retomada econômica deve englobar ações como a retomada de obras públicas paralisadas, redução de juros no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e um incentivo no subsídio do programa Minha Casa Minha Vida.

"Se o governo retomar as obras paralisadas, terá um efeito para a sociedade em termos de benefícios e também de rápida resposta para o setor de construção civil. Está na hora da Caixa Econômica Federal reduzir as taxas de juros no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que é exatamente o grosso da construção civil. Se ela reduzir um ponto, ela aumenta 30% a capacidade dos clientes no crédito imobiliário, isso é fundamental. Acreditamos que isso será anunciado nos próximos dias pelo governo federal. Se essas medidas forem implementadas no mês de junho, eu acredito que é possível salvar o ano”, afirmou.

Segundo Loureiro Filho o programa Minha Casa Minha Vida(MCMV) é um pilar muito importante para essa retomada da cadeia produtiva do setor imobiliário.

"Foi negociado uma redução de 0,5%, isso já faz com que as taxas do MCMV possam diminuir em 0,5%. Agora, a taxa é cobrada aos clientes em torno de 6,8%. Ou seja, de 3% que o FGTS paga ao trabalhador para 6,8%, a gente tem um percentual de 3,8%. Tirando os 0,5% da Caixa, fica 3,3%. Temos uma margem para reduzir taxa de juros para o cliente final. Já sabemos que o Ministério de Desenvolvimento Econômico já está pensando em um subsídio diferenciado para o Nordeste em relação ao Sudeste. Isso faz com que nossa região, que foi desprivilegiada no recurso do MCMV nos últimos anos, possa ser contrabalançado com essa medida de aumento de subsídio", avaliou.

Volta da construção civil

Ele também pregou cautela nesse retorno a partir de hoje em Pernambuco, afirmando que o setor produtivo estava bastante preocupado com a retomada das atividades. Segundo o construtor, apesar da reabertura com 50%, muitas empresas só retomarão no dia 22 de junho - data prevista para volta da construção civil com 100% da capacidade operacional -.

“Temos que ter tolerância com toda a situação. Estamos aos poucos retomando os canteiros. Nem todo mundo está começando de uma vez. Muita gente está esperando o dia 22, que é quando acaba todos os benefícios do governo na parte trabalhista. Inclusive essa é a data que o governo prever para 100% de carga. Se a gente passasse muito dessa data, seria um ponto sem retorno para muitas empresas e empregos. A gente acha que o governo de Pernambuco acertou muito em ter colocado o dia 22 como uma data para volta 100% da construção civil”, disse.

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Ouça a entrevista na íntegra: