JUSTIÇA

Processo com acusações de Moro contra Bolsonaro será redistribuído no STF, diz ministro Marco Aurélio

Em entrevista à Rádio Jornal, o ministro do STF negou a chance do processo ficar com o ministro indicado pelo presidente para a vaga de Celso de Mello

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 09/06/2020 às 11:13
Carlos Alves Moura/Agência Brasil
FOTO: Carlos Alves Moura/Agência Brasil

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse em entrevista à Rádio Jornal nesta terça-feira (9), que o inquérito que investiga as acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, contra o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) sobre interferência na autonomia da Polícia Federal (PF) não deve ficar nas mãos do ministro que substituirá o ministro Celso de Mello, relator da ação e que vai se aposentar no mês de novembro, quando completa 75 anos. A indicação do substituto ficar à cargo do presidente da República.

"Nós devemos ter ciência que não se agradece indicação com a capa de julgador. Em segundo lugar, o procedimento que está com o ministro Celso de Mello é um procedimento que reclama tramitação célere, então tudo indica que será redistribuído entre os integrantes do tribunal. Esse procedimento não ficará no gabinete aguardando aprovação do nome (Senado), nomeação do candidato e posse do indicado, para então se tocar no inquérito que está em andamento", explicou Mello.

>> “Não vejo com bons olhos o que está acontecendo com o Ministério da Saúde”, diz ministro Marco Aurélio do STF

>> STF: ministro Celso de Mello recebe cópia de gravação citada por Sérgio Moro

>> Celso de Mello libera vídeo apontado por Moro como prova de interferência de Bolsonaro na PF

Indicação de Bolsonaro

O jurista também comentou algumas opções que vem sendo ventiladas pelo presidente Bolsonaro para a vaga de Celso de Mello e destacou a opção por um ministro que tenha “bagagem jurídica”.

"A escolha do presidente da República é livre e o nome é submetido ao Senado da República. Que ele escolha realmente uma pessoa que tenha uma bagagem jurídica, que tenha um certo histórico de vida e que haja um ato feliz do presidente nessa escolha. Ele não tem sinalizado de forma concentrada um nome em si. Surge uma pessoa, ele se refere a ela como potencial candidato a uma vaga no STF. Vamos esperar e que seja feliz o presidente da República na escolha do nome porque a cadeira é vitalícia e importantíssima no destino da pátria", afirmou.

>> Episódios isolados não configuram impeachment de Bolsonaro, diz ex-presidente do STF

Ouça a entrevista na íntegra: