Paralisação

Rodoviários demitidos da Metropolitana no início da pandemia realizam protesto em frente à garagem da empresa

Ex-funcionários alegam que foram demitidos, mas não receberam nenhum valor referente à verba rescisória e ao FGTS

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 19/06/2020 às 9:40
Wellington Lima/JC Imagem
FOTO: Wellington Lima/JC Imagem

Um protesto em frente a garagem da empresa Metropolitana, localizada no bairro de Jardim Uchôa, Zona Oeste do Recife, impediu que os ônibus deixassem o local na manhã desta sexta-feira (19) para circular em seus itinerários. Motoristas e cobradores que foram demitidos em março, no início da pandemia, estão reunidos em frente a garagem desde às 5h para cobrar o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da multa rescisória, tendo em vista que a empresa alegou falência para não realizar os compromissos.

De um total de 300 coletivos que saem diariamente, apenas três estão circulando. Dessa forma, a situação ficou complicada para as pessoas que dependem de uma das 57 linhas da empresa que atende terminais integrados como o da Macaxeira e do Barro. Segundo informações da empresa, cerca de 170 mil passageiros são contemplados por dia, de segunda a sexta.

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De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, o protesto foi organizado pelos próprios trabalhadores que foram demitidos. “Os trabalhadores foram penalizados com as demissões logo na primeira semana de pandemia. Esses trabalhadores tiveram a informação da empresa que estariam sendo desligados da empresa, só que até agora não receberam nada. A empresa demitiu alegando falência, porque o intuito da empresa é lucrar em cima da pandemia para não pagar corretamente as verbas rescisória de todos os trabalhadores”, criticou.

Aldo Lima afirma que a principal demanda da paralisação é para que seja cancelada as demissões e os profissionais sejam reintegrados à empresa.

"Os trabalhadores estão desde o mês de março sem receber nada. Pessoas passando fome, sem pagar o aluguel e a empresa simplesmente não quer pagar. Já teve decisões judiciais com 14 ações civis públicas, tuteladas pelo Ministério Público do Trabalho contra todas as empresas que praticaram as mais de 3.000 demissões. Só aqui na empresa Metropolitana foram 382 demissões, sem aviso prévio e sem o pagamento da multa rescisória e dos 40% do FGTS. Essas ações vem com o intuito de cancelar as demissões porque há uma fraude nesse processo de demissão", destacou.

Resposta

Por meio de nota, o Grande Recife informou foi surpreendido, novamente, na manhã desta sexta-feira (19) com um protesto do Sindicato dos Rodoviários em frente à garagem de ônibus da Metropolitana. "Até às 6h nenhum dos 172 coletivos da empresa que estão programados para circular hoje saiu da garagem, comprometendo a operação nos terminais Jaboatão, Barro, Macaxeira, Santa Luzia e Recife" diz o texto.