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Saiba quem é Renato Feder, escolhido para ser ministro da Educação

Renato Feder é o atual secretário de Educação do Paraná

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 03/07/2020 às 13:58
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O presidente Jair Bolsonaro escolheu o atual secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para comandar o Ministério da Educação (MEC), segundo revelou o jornal Estadão. Feder havia sido sondado para assumir o posto de ministro, mas o presidente acabou escolhendo Carlos Decotelli. O economista, no entanto, não chegou a assumir a pasta e pediu demissão após diversas inconsistências serem descobertas em seu currículo.

O anúncio de Renato Feder para o Ministério da Educação deve acontecer a qualquer momento.

Segundo o site da Secretaria de Educação do Paraná, Renato Feder é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi professor da Educação de Jovens e Adultos, lecionou matemática por dez anos, além de ter sido diretor de escola por oito anos. Também foi assessor voluntário da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, além de ter atuado como empresário do setor de tecnologia.

Polêmica com Decotelli

O Diário Oficial da União (DOU) publicou na quarta-feira (1º) decreto tornando sem efeito o decreto de 25 de junho de 2020, publicado no mesmo dia, em edição no Diário Oficial da União, nomeando Carlos Alberto Decotelli da Silva para o cargo de ministro da Educação.

Em menos de uma semana, a nomeação de Decotelli para substituir Abraham Weintraub foi repleta de polêmicas com relação ao currículo Lattes. Ele foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, mas não chegou a tomar posse.

Depois que instituições de ensino contestaram títulos que tinham sido apresentados por ele, na segunda-feira (29), ele foi chamado ao Palácio do Planalto para dar explicações ao presidente Jair Bolsonaro. Sua nomeação havia sido publicada na quinta-feira (25), mas após as inconsistências reveladas, a permanência dele como ministro da Educação ficou insustentável. Carlos Alberto Decotelli pediu demissão nesta terça-feira (30).

Carlos Alberto Decotelli foi anunciado como "doutor pela Universidade do Rosário, na Argentina e pós-doutor na Universidade de Wuppertal, na Alemanha". No entanto, um dia depois, o título de doutor foi contestado pelo reitor da Universidade Nacional de Rosário, Franco Bartolacci. O reitor da Universidade Nacional de Rosario, Franco Bartolacci, revelou que "o senhor Carlos Decotelli cursou o doutorado em administração da Faculdade de Ciências Econômicas e Estatísticas da Universidade Nacional de Rosário, mas não o concluiu. Não completou todos os requisitos que são exigidos pela nossa regulamentação de doutorado, que exige a aprovação de uma tese final para obter o título de doutor. Portanto, não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário".

No currículo Lattes de Decotelli, ele também afirmava ter feito um pós-doutorado na Bergische Universität Wuppertal, na Alemanha. Mas, nesta segunda (29), a Wuppertal informou que o ministro não obteve nenhum título durante o tempo que ficou na universidade alemã. A universidade afirma que Decotelli teria passado apenas três meses na instituição, começando em 2 de janeiro de 2016, mas não obteve nenhum título durante a estadia. Após a manifestação, Decotelli excluiu referência a curso de pós-doutorado no seu currículo.

Já no sábado (26), o economista Thomas Conti apontou nas redes sociais possíveis indícios de plágio na dissertação de Decotelli, citando trechos do texto dele que são idênticos a um relatório do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) para a Comissão de Valores Mobiliários. A revelação levou a FGV a abrir uma apuração interna para verificar se houve plágio.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) enviou uma representação à Corte pedindo investigações sobre 'possíveis prejuízos' aos cofres públicos na nomeação de Carlos Alberto Decotelli para o Ministério da Educação (MEC) e o período em que teria cursado, mas não concluído, o doutorado na Argentina.