Em entrevista ao Passando a Limpo desta quinta-feira (30), o doutor em biologia molecular e pesquisador da Fiocruz Rafael Dhália falou sobre a corrida das vacinas contra o coronavírus. Segundo, ele existem algumas vacinas promissoras que estão caminhando para serem comercializadas. Porém, em relação ao tempo de quando seriam liberadas para a população ainda é incerto.
“No site da OMS tem publicadas cinco vacinas que atingiram a fase 3, que é a última fase antes de ir para a população. Elas seriam: a vacina de Oxford, a SinoVac que é a que o Butantan está testando, a Sinofarma que é uma vacina parecida com a do Butantan... temos as vacinas RNA que são as grandes promessas das vacinas, a da Moderna que ela já está entrando na fase 3. Tem a da Faiser, inclusive com respostas muito boas. A quantidade de anticorpos gerados por essas vacinas são até maiores que o próprio vírus, então é bem promissor esse mercado. E por último a vacina Adenovírus. Então essas são as que estão na frente. E seriam as apostas do momento. Mas nada significa que elas sejam as melhores e que vão entrar. Tem 25 vacinas hoje em estudo clínico fora essas cinco, e mais de 140 em fase pré-clínica. Então, não dá pra dizer qual seria a vacina. Eu acredito que existem grandes chances de uma dessas vacinas entrarem no mercado, talvez seja preciso combinar as vacinas, isso só o tempo irá dizer. Se fosse chutar uma data, eu diria que em mais um ano e meio, dois anos a gente estaria com uma boa parte da população coberta. Para ano que vem, janeiro, eu diria que categoricamente seria impossível.” relata.
BCG
Sobre a vacina BGC, que tem sido falada como alternativa ao combate ao coronavírus, Dhália afirma que apesar de o produtor ajudar a reforçar o sistema imunológico, sozinho não tem ação de erradicação do coronavírus. “A BCG dá uma proteção, sim, em termos gerais, mas não específica para covid. Ela protege, como um todo, o sistema imune. Tanto isso verdade que no Brasil existe campanha de vacinação para BCG, e nós temos aí um número de mortes em 90 mil mortes. Um número bastante elevado que mostra que a vacina por si só não é suficiente para combater o coronavírus. Mas tem sim efeito protetor indireto.”
Confíra a entrevista na íntegra: