Operação Rateio

Presos, assessores de vereador do Cabo Flávio do Fórum estavam intimidando testemunhas

O vereador Flávio do Fórum foi preso no dia 22 de julho e seus assessores estavam atrapalhando as investigações

Carol Coimbra
Carol Coimbra
Publicado em 30/07/2020 às 14:36
Alex Oliveira/ Jc Imagem
FOTO: Alex Oliveira/ Jc Imagem

Nesta quinta-feira (30), a Polícia Civil divulgou detalhes sobre a Operação Rateio ||, que prendeu nesta quarta-feira (29) três assessores de Flávio do Fórum (PL), vereador do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de “rachadinha” na Câmara dos Vereadores do Cabo.

Os detalhes das Operações Rateio I e II foram passados na chefia de polícia do Recife. Segundo a delegada Isabela Porpino, a segunda fase da operação foi necessária porque os investigados estavam intimidando testemunhas e descumprindo medidas cautelares. Por causa disso, o juiz decretou prisão preventiva não somente do chefe de gabinete, mas também dos dois assessores parlamentares envolvidos com Flávio, preso na primeira fase da operação.

A delegada Isabela Porpino, responsável pelas investigações, fala sobre as prisões e dos crimes cometidos. “Os quatro estão sendo investigados pelos crimes de peculato, que consiste na apropriação de dinheiro público, organização criminosa, falsidade documental e também por frustração de direito trabalhista, que consiste em frustrar direitos como férias, 13º e também verbas rescisórias oriundas de, por exemplo, exonerações fraudulentas”, detalhou.

Sobre o esquema de “rachadinha”, que é quando o parlamentar fica com parte do salário de funcionários, o desvio foi de, pelo menos, R$ 2,6 milhões dos cofres da Câmara Municipal do Cabo. “A Polícia Civil de Pernambuco, através do Departamento de Repressão e Corrupção ao Crime Organizado, apurou nesse inquérito policial que havia prática de ‘rachadinha’ lá na Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho”, disse a delegada.

A delegada Isabel Porpino lista o que a Polícia apreendeu com os mandados da segunda fase da operação. “A Polícia Civil, durante o cumprimento dos mandados, [apreendeu] vultosa quantidade de dinheiro em espécie, vários documentos relacionados à Câmara Municipal do Cabo, uma espingarda calibri 12 - até então sem nenhum registro - que foi encaminhada para a perícia e também diversos aparelhos eletrônicos que vão submetidos a extração de dados”, detalhou.
A delegada ainda afirmou que os investigados estão à disposição da Justiça. Além de presos, foram afastados do cargo.

Ouça a entrevista de Isa Maria com a delegada Isabela Porpino: