Ricardo Eletro

Rede Ricardo Eletro fecha lojas em Pernambuco e quase 400 pessoas ficam desempregadas

No Brasil, a rede Ricardo Eletro fechou 300 lojas físicas

Carol Coimbra
Carol Coimbra
Publicado em 11/08/2020 às 15:20
Reprodução Internet
FOTO: Reprodução Internet

Cerca de 35 lojas da rede Ricardo Eletro foram fechadas em 25 cidades de Pernambuco. Os funcionários que ainda trabalhavam na rede foram detidos e, ao todo, 392 pessoas ficaram desempregadas. As informações foram passadas ao Jornal do Commercio pelo vice-presidente de operações da empresa, Ricardo Silva.

Nessa segunda-feira (10), o pedido de recuperação da máquina de vendas controladora da rede de lojas foi aceito pelo juiz Tiago Limongi, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais em São Paulo. Com isso, a Ricardo Eletro fechou 300 lojas físicas e demitiu cerca de 3.600 funcionários em todo o país.

Com uma dívida estimada em R$ 4 bilhões, o foco da rede varejista será a partir de agora o comércio eletrônico. A Ricardo Eletro justificou a aposta nas vendas online ressaltando que houve um crescimento no acesso ao site da empresa durante a pandemia. De 50 mil visitas no mês de março passaram para 350 mil em agosto.

Lembre o caso Ricardo Eletro

Ricardo Nunes, fundador da rede varejista Ricardo Eletro, foi preso no estado de São Paulo no dia 8 de julho, em uma operação de combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em Minas Gerais. Além de Ricardo, também foram presos na Região Metropolitana de Belo Horizonte Laura Nunes (filha) e Rodrigo Nunes (irmão).

Em valores aproximados, cerca de R$ 400 milhões foram sonegados por Ricardo Nunes ao longo de cinco anos, segundo as investigações. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a rede de varejo embutia no valor dos produtos o preço correspondente aos impostos, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço), mas não realizava repasse.

Crime

Apenas em novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu como crime a apropriação do ICMS. Com isso, as investigações em torno de Ricardo Nunes e demais empresários do ramo ganhou força. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, o crescimento do patrimônio do empresário justamente no período de sonegação configura também como crime de lavagem de dinheiro.

Sequestro de bens

A Justiça determinou que bens e imóveis de Ricardo Nunes, avaliados em R$ 60 milhões, fossem sequestrados. O patrimônio que foi registrado no nome da mãe, das filhas e do irmão do empresário teve crescimento acelerado justamente no período de sonegação de impostos, com isso, a decisão da Justiça busca ressarcir o Estado pelo dano causado nos últimos cinco anos.