DRACO

Operação Locatário II cumpre mandados no Recife e em Toritama

Na primeira fase da Operação Locatário I o prefeito do Paulista, Junior Matuto, foi afastado do cargo

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 28/08/2020 às 14:38
WELINGTON LIMA/TV Jornal
FOTO: WELINGTON LIMA/TV Jornal

A Operação Locatário, que afastou o prefeito da cidade do Paulista, Junior Matuto, em julho deste ano, teve um novo desdobramento nesta sexta-feira (28). O Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) cumpriu nove mandados de busca e apreensão no Recife e em Toritama, no Agreste do estado, sendo quatro deles voltados para empresas e cinco para endereços domiciliares. Os alvos foram empresários e agentes públicos.

O delegado Diego Pinheiro, responsável pelas investigações, explica o desdobramento que levou até a Operação Locatário II realizada em julho. “A Operação Locatário I teve como objetivo principal da investigação contratos de locações de imóveis e com o material que foi apreendido, bem como com as informações do laboratório de lavagem de dinheiro, conseguimos identificar empresas e empresários que tinham feito transações bancárias suspeitas bem como foram identificados que esse empresário investigado na Operação Locatário 1, que era do ramo de locação de imóveis, havia feito depósito para o prefeito de Paulista mediante outra pessoa”, detalhou.

Segundo o delegado, os depósitos suspeitos ocorreram entre os anos de 2014 e 2019 e geram em torno de R$ 300 mil.

Amizade entre empresário e prefeito chama atenção

Ainda de acordo com o delegado, o empresário tinha uma relação próxima com o prefeito Junior Matuto. “Verificamos que o empresário tinha um laço de amizade muito forte com o prefeito. Ele seria sogro de um secretário da prefeitura. Desde o primeiro dia da gestão do prefeito esse secretário está lá. Esse empresário seria pai de um segundo empresário dono de empresa de fornecimento de alimentos que tinha contrato com a prefeitura. Esse prefeito também é tio de um outro empresário do ramo de construção que também tinha contratos com a Prefeitura do Paulista”, disse.

As investigações apontam que esses parentes do empresário, que tinham empresas com contratos com a Prefeitura do Paulista, faziam depósitos para o empresário do ramo da locação de imóveis, que, por sua vez, repassava os valores ao prefeito Junior Matuto. “Esse empresário seria uma espécie de operador financeiro do prefeito”, disse.