Apesar da racionalidade que diferencia o homem dos outros animais, a humanidade não encontrou uma forma de ficar imune a catástrofes. Sejam por força da natureza, por falha ou decisão de pessoas, acontecimentos trágicos provocam mortes, viram notícias e causam comoção.
No dia 17 de julho de 2007, o voo JJ 3057, da companhia Tam, fez um pouso mal sucedido e se chocou contra um prédio. O acidente, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixou 199 mortos.
Além da dor dos amigos e familiares das vítimas, a fatalidade causou comoção em todo o país. Mas parece que o sentimento de unidade não é o mesmo quando se trata da pandemia do novo coronavírus. Desde o início da crise, mais de 120 mil brasileiros perderam a vida por covid-19.
Nos últimos três meses, a doença matou, em média, quase mil pessoas por dia, no país. Em apenas 24 horas, o equivalente a cinco acidentes do voo JJ 3057. No entanto, a população segue ouvindo os números cotidianamente sem o semblante de uma nação enlutada.
O psicólogo Felipe Pessoa, essa identificação vem do sentimento de coletividade. explica que a diferença nas emoções está relacionada também ao modo como os acontecimentos são tratados pelas autoridades.
A capacidade de raciocinar não torna o homem imortal. Mas, aliada à informação, senso de responsabilidade e empatia, ela pode ajudar a proteger toda a humanidade.