Com o retorno gradual das atividades e a necessidade do uso prolongado das máscaras de proteção, houve um aumento no número de casos de acne durante a pandemia. Um estudo realizado na China, pela American Academy of Dermatology, mostrou que 83% dos profissionais de saúde, que atuam na linha de frente da covid-19 e, portanto, utilizam o equipamento diariamente, relataram o aparecimento das famosas ‘espinhas’ no rosto.
A esse “fenômeno”, atribui-se o nome de maskne, uma junção de mask (máscara em inglês) + acne. A produtora de conteúdo Nina Lacerda conta que percebeu que sua pele começou a reagir ao uso prolongado do equipamento de proteção individual.
"Percebi o aumento de acnes no meu rosto na área da bochecha e no nariz. Elas não eram em razão da acne da mulher adulta, mas pelo uso da máscara. Fiz uso de medicamentos, higienização, além de mudar o tipo de máscaras que utilizo".
Cuidados
Segundo a dermatologista Cynthia Cabral, o abafamento ocasionado pela máscara pode levar a um quadro inflamatório e ao aumento da secreção sebácea, que leva à formação da acne. "As máscaras de tecido são reutilizáveis, mas é preciso que haja a higienização e a troca do objeto a cada 2 ou 4 horas. Essa limpeza deve ser feita com água e sabonete neutro", orienta a profissional.
Cynthia também dá direcionamentos para quem tem a pele oleosa. "O ideal é usar sabonetes específicos para esse tipo de pele, de preferência com ácido salicílico, que diminui a produção de sebo e a oleosidade. Lembrando que esses produtos devem ser indicados por um especialista”.
A médica também sugere às mulheres que evitem usar muita maquiagem, ao menos quando se faz o uso contínuo de máscaras. As várias camadas de maquiagem podem piorar essa obstrução dos poros, que ainda vai receber uma máscara e isso pode gerar mais acne.
Obrigatoriedade da máscara
Em Pernambuco, o uso da máscara em locais públicos é obrigatório. Por isso, caso surja a irritação, a indicação é procurar um dermatologista.
Ouça a reportagem de Gabriela Bento: