OPERAÇÃO

Polícia identifica esquema de receptação de carga roubada em mercadinhos do Grande Recife

Além dos mercadinhos, distribuidoras e atacarejos também foram alvos da operação, que investiga ainda esquema de lavagem de dinheiro

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 29/09/2020 às 14:44
BRUNO CAMPOS / JC IMAGEM
FOTO: BRUNO CAMPOS / JC IMAGEM

Mercadinhos, distribuidoras e atacarejos da Região Metropolitana do Recife foram alvos, na manhã desta terça-feira (29), da Operação Omnia, da Polícia Civil que investiga um esquema de receptação de carga roubada e lavagem de dinheiro. De acordo com o saldo parcial da Polícia Civil, mais de R$ 2,4 milhões em produtos sem notas fiscais ou com notas fiscais falsas.

Catarine Cavalcanti, delegada adjunta de Roubos e Furtos de Cargas, explica que os alvos estavam sendo investigados há um ano. “Essa investigação começou em setembro de 2019 com a prisão em flagrante de duas pessoas e a identificação de um galpão com toneladas de mercadorias com origem ilícita, que estavam sendo distribuídas nos comércios com a aparência de regularidade”, disse.

Antes das 7h, diversas viaturas das Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Secretaria da Fazenda deixaram a sede do Depatri, em Afogados, Zona Oeste do Recife. As equipes foram cumprir 22 mandados de busca e apreensão nas cidades de Camaragibe, Recife, Olinda, Cabo e Paulista.

A delegada detalha o esquema. “Eles vendiam de ração, saneantes, alimentos diversos e colocavam em mercados de familiares e amigos. A gente viu uma organização criminosa. Quando eles recepcionavam a mercadoria, eles adquiriam tanto de apropriação indébita, adquirida diretamente dos motoristas que entregavam essas cargas, como também mercadoria originada de roubo. Eles passavam a vender nos mercados deles ou a distribuir nos mercados de terceiros”, disse.

Caminhoneiros envolvidos

De acordo com a delegada, também foi identificada a participação de caminhoneiros responsáveis pelo transporte da carga no crime. “Alguns motoristas noticiavam falsamente roubo à delegacia, mas na verdade eles estavam desviando a carga e entregando aos empresários objetos desta investigação, que não eram os destinatários da carga”, contou.