ELEIÇÕES 2020

Candidata à Prefeitura do Recife e professora, Cláudia Ribeiro (PSTU) é contra volta às aulas presenciais

"Não é possível que o lucro esteja acima da vida”, afirmou a candidata Cláudia Ribeiro (PSTU)

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 30/09/2020 às 13:41
JC Imagem
FOTO: JC Imagem

A candidata Cláudia Ribeiro (PSTU) foi a segunda entrevistada das sabatinas com os candidatos à Prefeitura do Recife, desta quarta-feira (30). Além do comunicador Geraldo Freire, a entrevista contou com a participação da jornalista e titular da coluna Mobilidade do Jornal do Commercio, Roberta Soares.

Questionada sobre as chances da chapa composta por ela e pela vice Kátia Telles (PSTU) ganhar a eleição, Cláudia Ribeiro falou que é preciso ter uma outra alternativa de sociedade para a cidade. “A gente está nessa batalha, a gente acredita que é preciso ter uma outra alternativa de sociedade para a população do Recife. Todas as mazelas estão concentradas na população mais pobre do Recife, e essa condição precisa ser mudada”, pontuou a candidata.

Sobre o desafio do PSTU em gerir uma cidade como o Recife, já que o partido não tem experiência em cargos executivos, Cláudia Ribeiro garantiu que o partido tem experiência em outros campos, tão importantes quanto. “O que é experiência? Vários governos passaram, fizeram carreira, e a cidade do Recife continua vivendo em profunda decadência. Há mais de 25 anos que metade da população não tem saneamento, tem um déficit habitacional de casas, sete mil pessoas não têm vaso sanitário dentro de casa. A educação e a saúde estão agonizando. Então, que experiência é essa? ”, questionou.

Críticas ao retorno das aulas

A candidata do PSTU também não poupou críticas ao atual cenário da educação na capital Pernambucana. Formada em pedagogia pela UFPE, e professora da rede oficial de ensino da Prefeitura do Recife, Cláudia reprovou a situação das escolas no município. Entre as críticas, ela relembrou que, todos os anos, os professores precisam fazer greve para que o piso salarial seja aplicado. “A gente vive um processo de sucateamento das escolas públicas. Se você olhar o orçamento, boa parte dele é escoado em convênios de empresas privadas”, pontuou. Sobre o retorno das aulas presenciais neste momento, ela foi enfática ao se posicionar contra. “Não é possível que o lucro esteja acima da vida”, disse.

Moradia

Como principal proposta para que as pessoas possam ter direito à moradia, educação e saúde, a candidata disse que é necessário mudar a estrutura da organização da gestão da cidade. Para isso, ela sugeriu a instalação de Conselhos Populares, que seriam administrados pela população civil, em suas próprias comunidades. A proposta inclui que a Câmara de Vereadores esteja submetida aos Conselhos. “A forma de governar no Recife não seria centralizada na pessoa da prefeita, mas através dos Conselhos”, explicou.

 

Críticas à gestão de Geraldo Júlio

A atual gestão da cidade foi objeto de muitas críticas da professora. “Se tem uma coisa que a gestão de Geraldo Júlio sabe fazer é propaganda”, alfinetou a candidata. Ela ainda questionou o secretário da Saúde, Jailson Correia, que foi investigado pela compra de 500 respiradores sem licitação pela Secretaria de Saúde do Recife. "O orçamento da saúde no Recife é de 1,6% da verba total. Isso é uma vergonha. Hoje a Prefeitura do Recife tem um secretário da Saúde que anda com habeas corpus para não ser preso”, disse.

A candidata também criticou o Governo Federal, e disse que uma mudança no sistema político brasileiro é urgente. “O que a gente quer dizer é o seguinte: nós estamos em um sistema político que ameaça as nossas vidas. Esse sistema está falido, não serve. A primeira tarefa é derrotar esse governo genocida, que vive às custas do nosso trabalho”, concluiu a candidata.

Ouça a sabatina completa: