Dia do Nordestino

Para Jessier Quirino, ser nordestino é sinônimo de esperança

Para o poeta paraibano, a religiosidade e o instinto de sobrevivência também são marcas registradas do povo nordestino

Yuri Nery
Yuri Nery
Publicado em 08/10/2020 às 16:04
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Nesta quinta-feira, dia 8 de outubro, é celebrado o Dia do Nordestino. Povo forte, plural e de uma riqueza cultural que vai muito além do limite dos nove estados que fazem parte da região Nordeste do Brasil, a segunda mais populosa do país, com cerca de 53 milhões de habitantes, de acordo com o último Censo Demográfico realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o poeta, cantor e contador de causos Jessier Quirino, nascido no estado da Paraíba, que tem elementos culturais da região muito presentes em sua obra, os nordestinos são sinônimo de esperança, religiosidade e instinto de sobrevivência.

“Ser nordestino é demonstrar uma força muito grande de instinto de sobrevivência. O nordestino, ele tem isso no sangue. Então, mostra isso com extrema esperança, com religiosidade imensa, a força de trabalho, e honestidade acima de tudo”, disse.

O saudosismo do Sertão do passado

Influenciado por nomes como Patativa do Assaré, Renato Caldas e Chico Pedrosa, Jessier explica que se utiliza de momentos vividos pelo nordestino no passado, para manter o saudosismo e os valores do campo em suas histórias.

“(...) Quando eu faço essa minha poesia, eu descrevo, praticamente um Nordeste, um sertão, ou um matuto em tempo pretérito. Porque hoje está tudo muito mudado. Mas o tempo pretérito, ele sempre foi saudosista (...) Essa ideia do Sertão como Luiz Gonzaga descreve, eu descrevo, Patativa, Elino Julião, Jackson do Pandeiro, Marinês, então, essas pessoas descrevem o Sertão ainda em tempo pretérito. E essa saudade até hoje permanece”, explicou.

Nada para comemorar

O poeta paraibano diz que neste Dia do Nordestino, não há muito o que comemorar. E que ainda há muita batalha pela frente. “Essas datas, na realidade, eu tenho observado que com o surgimento da internet, as pessoas passaram a ter mais acesso a essas datas. É mais uma coisa de curtição. A gente não tem muito, digamos assim, o que festejar. A gente tem que continuar nessa batalha, que é uma batalha de sobrevivência, mesmo”, finalizou.