A chuva de meteoros, ou como são popularmente conhecidos as “estrelas cadentes”, trata-se de um fenômeno astronômico que acontece todos os meses. No entanto, nem sempre dá para observar as pedras no céu. Neste mês de outubro, está acontecendo
a denominada de “Chuva de Meteoros Orionídeos”, que é uma das maiores que ocorrem por possuir uma taxa maior de meteoros mais visíveis.
Os momentos de pico, quando é possível observar com mais precisão os meteoros no céu, segundo o o cientista astrofísico e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Antonio Carlos Miranda, acontecem nesta semana.
“O pico dessa chuva de meteoros será nesses dias agora. Entre os dias 19 e 22 de outubro, exatamente agora. Essa chuva está acontecendo. Praticamente o mês de outubro todo ela está ocorrendo, mas o pico, que é quando a quantidade é maior de meteoros, é agora”, explica.
De acordo com o cientista, existe um horário exato para aproveitar melhor o espetáculo natural.
“O melhor período para se observar é o final da noite, das 23h até as 5h. Primeiro porque o céu está mais escuro e, pelos cálculos, é o período que a inclinação é melhor para se observar”, afirma o professor.
Como observar a chuva
De acordo com o coordenador do Observatório da Sé e Espaço Ciência em Olinda, Cleiton Batista, e o astrofísico Antonio Carlos Mirando para conseguir observar a chuva de pedras, existe um segredo: a escuridão. Segundo os especialistas, quanto menos luz, melhor.
“Para melhor visualização, locais mais escuros, com pouca ou ausentes de poluição luminosa são os melhores lugares, ou seja, quanto mais afastado dos centros urbanos. No entanto, mesmo em perímetro urbano, que possui bastante poluição luminosa, é possível observar o fenômeno”, diz o coordenador.
No Nordeste, segundo o cientista Antonio, assim como em todo o Brasil, é possível observar a chuva, porém, devido à quantidade de poluição e luz, a fuga para locais mais afastados dos grandes centros, como praias, seria uma opção.
“É possível observar a chuva do Brasil inteiro, na região Nordeste principalmente por conta da inclinação. Do Recife dá para ver, por exemplo. Mas existe um problema em relação à luz, a poluição luminosa, como é chamada, e a poeira também. Mas se você for para um lugar escuro, uma praia um bairro nesse horário de madrugada que as pessoas desligam as luzes, você vê melhor”, orienta.
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Especialistas explicam os fenômenos da natureza
Três Marias
Segundo os especialistas, o fenômeno é visível a olho nu sem a necessidade de lunetas ou qualquer outro tipo de equipamento. A melhor dica, de acordo com eles, para conseguir enxergar os meteoros, é procurar a Constelação de Orion, as “Três Marias” como é conhecido o cinturão. É preciso observar nesta direção, a leste em que o Sol nasce.
“A chuva de meteoros Orionidas tem o seu radiante (local que visualmente parece ser sua origem) na constelação de Órion, o guerreiro mitológico, que possui três estrelas popularmente conhecidas como “três marias”, que na realidade representam o cinturão de Órion”, explica o coordenador do espaço ciência.
Caso não seja possível achar a chuva, uma dica do coordenador é baixar um aplicativo que pode orientar na busca.
“Pode-se utilizar também aplicativos como Sky Map, Star Walk 2, Stellarium, que auxiliam ao observador a encontrar constelações e outros objetos celestes. Todos são gratuitos e podem ser baixados em formato Android ou iOS, nas suas plataformas”, afirma Cleiton.
Covid-19
É importante lembrar de respeitar a não aglomeração de pessoas e seguir as medidas de proteção contra a covid-19 ao assistir ao fenômeno.
Chuvas de Meteoros
O coordenador do Observatório da Sé explicou mais afundo o que é a chuva de meteoros.
“A chuva de meteoros é um fenômeno astronômico que ocorre quando a Terra, no seu movimento de translação, em torno do Sol, se aproxima de uma faixa de detritos deixados por um cometa ou outro corpo celeste (meteoros, meteoroides, asteróides). Durante a aproximação da Terra, os detritos espaciais são atraídos para a atmosfera terrestre, e com isso, o atrito gerado entre o meteoro e os gases presentes na atmosfera produzem um espetáculo luminoso que nós podemos visualizar.”
O astrofísico Antonio ainda acrescentou que a chuva tem como origem o cometa Halley.
“Quando o cometa passa em sua órbita periódica a cada 76 anos, fragmentos desse comenta, do núcleo são liberados por conta do aquecimento ou calor do Sol. Esses fragmentos ficam vagando no espaço, quando coicidem de estarem na órbita de passagem na terra em torno do sol existe esse encontro. Aí esses pequenos fragmentos entram na atmosfera da terra” relatou.
Pedidos
Existe uma lenda que, cada vez que alguém vê uma “estrela cadente”, que na verdade é um meteoro no céu, se faz um pedido e ele será realizado. Essa crença é conhecida mundialmente.
De acordo com algumas especulações, a tradição de pedir algo ao ver o fenômeno no céu a se iniciou na Grécia por volta do ano 150 a.C.
O astrônomo Ptolomeu falou, uma vez, que todas as vezes que os deuses estavam entediados eles costumavam espionar a Terra.
Neste momento algumas estrelas se soltavam do céu e cruzavam o espaço terrestre. Por isso, desejar algo nessa hora teria um valor a mais e maior garantia do pedido ele ser atendido, já que os deuses estariam olhando para as pessoas naquele exato instante.
Confira a entrevista do Passando a Limpo com o astrofísico Antonio Carlos Miranda: