Operação "Mapa de Mina"

Operação da Polícia Federal investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro de agentes políticos em Pernambuco

A apuração da polícia descobriu o uso de casas lotéricas de propriedade de alguns de agentes políticos do estado para lavagem de dinheiro

Carol Coimbra
Carol Coimbra
Publicado em 11/11/2020 às 11:38
Day Santos/JC Imagem
FOTO: Day Santos/JC Imagem

A operação chamada de “Mapa da Mina” foi deflagrada pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria Geral da União e executou, na manhã desta quarta-feira (11), 25 mandados de busca e apreensão. Desses, 23 foram na Região Metropolitana do Recife, um em Caruaru e o outro em Floresta. A investigação apura o uso de casas lotéricas de propriedade de agentes políticos para lavagem de dinheiro, decorrentes de crimes de verbas públicas de corrupção.

O delegado regional executivo, Bernardo Torres falou sobre com detalhes sobre como a polícia conseguiu descobrir a lavagem de dinheiro e como ocorriam os crimes.

“Essa operação é, na verdade, uma segunda fase da operação ‘Décimos’, que foi desencadeada em 10 de abril de 2018. Inicialmente não era o objeto das investigações mas, por um encontro fortuito de provas, nós detectamos que as empresas desse grupo empresarial, empresas de segurança privada e de prestação de serviços, evoluíram bastante nos últimos sete anos. Em 2011, elas não tinham empregados registrados e, em 2018, já superavam o número de 800 empregados. Isso a reboque de contratos com a administração pública em todos esses anos.”, explicou.

“Foi apurado que eles receberam, através de contratos públicos, aproximadamente R$ 175 milhões, e repassavam parte desse montante, um valor aproximado de R$ 14 milhões, para essas casas lotéricas de propriedades de agentes políticos locais. Esses, por sua vez, interferiam em algumas das despensas em favor dessas empresas”, acrescentou.

Identidade dos agentes públicos

De acordo com o delegado, a identidade dos agentes públicos envolvidos nos crimes não pode ser reveladas.
“Os inquéritos estão sob segredo de Justiça e, infelizmente, não podemos revelar a identidade dos agentes políticos. Mas foram cinco casas lotéricas pertencentes a dois agentes políticos pernambucanos”, afirmou.

Crimes

Os agentes políticos serão indiciados por lavagem de dinheiro, pelo crime de corrupção ativa e também pelos crimes de fraude, alicitação e direcionamento devido de dispensa de licitação.

Ouça a reportagem de Leonardo Vasconcelos: