Corrida Eleitoral

Antonio Lavareda fala sobre a reta final das eleições para Prefeitura do Recife

Último episódio do quadro Corrida Eleitoral foi ao ar nesta segunda-feira (23)

Carol Coimbra
Carol Coimbra
Publicado em 23/11/2020 às 10:26
Reprodução/Rádio Jornal
FOTO: Reprodução/Rádio Jornal

Nesta segunda-feira (23), no último episódio do quadro Corrida Eleitoral da Rádio Jornal, o cientista político Antonio Lavareda conversou com Geraldo Freire sobre as campanhas eleitorais de segundo turno, com João Campos (PSB) enfrentando Marília Arraes (PT) para a Prefeitura do Recife. Ele comparou as campanhas do Brasil com a de outros países e também falou sobre os pontos negativos das táticas de campanha das últimas semanas antes da votação.

“Não há praticamente diferença, as campanhas eleitorais no Brasil e em outros países, Estados Unidos, sobretudo, e aqui no nosso segundo turno, são muito acirradas. É uma oportunidade em que críticas mais contundentes são deferidas de lado a lado. Candidatos que estão em posição inferiores tentando trazer os candidatos líderes para baixo. Esse por sua vez, reagindo, formulando também ataques. Então isso se verifica em todas as eleições. Mas é importante ressaltar, nessa última semana, seria interessante se as campanhas terminassem, encerassem o seu processo de comunicação com a sociedade de uma forma um pouco mais positiva, porque estudos internacionais mostram que quando essas campanhas com pontos negativos, quando aparecem com exagero, isso termina incentivando alienação eleitoral, ou seja fazendo com que possa aumentar a abstenção, que esse ano já foi grande”, disse.

Ainda sobre a abstenção dos eleitores, Lavareda falou que este ano houve um salto no crescimento de pessoas que não votaram.

“Na eleição passada, a abstenção no Recife no segundo turno foi cerca de dois pontos maior do que a registrada no primeiro turno, que foi de 11,2 e no segundo um pouco superior a 13 pontos percentuais. Foram 145.940 recifenses que não compareceram para votar. Este ano, a abstenção deu um salto, já cresceu 60% ao que ocorreu no pleito passado, chegou a 19,89, praticamente 20% dos eleitores da cidade. Acredito que, com base no histórico e nas circunstâncias específicas deste ano, nós podemos ter uma abstenção maior. Existe a abstenção sistêmica por parte de eleitores de renda muito baixa que tem custos elevados de participação. Mas este ano temos também a abstenção relacionada à pandemia, ao medo e aos cuidados sanitários, principalmente localizada nos grupos de risco”, contou.

Eleições dentro de família

Antonio falou sobre as eleições deste ano serem de candidatos de mesmo campo político e da mesma família.
“Essa situação entre primos é singular. Com relação a disputa de segundo turno no mesmo campo ideológico, nós tivemos duas eleições de segundo turno para prefeito do Recife até agora. Uma eleição de 2000 de Roberto Magalhães contra João Paulo que era claramente direita versus esquerda e o resultado foi praticamente dividido. E outra eleição, a de 2016, que foi no mesmo campo ideológico, então essa não é inédita, já tivemos Geraldo Julio versus João Paulo. O que tem de inédito nessa eleição foi o fato que tivemos pela primeira vez uma eleição de primeiro turno quadripolar, quatro candidatos tiveram mais de dois dígitos, ou seja mais de 10% de votos válidos”, relatou.

Lavareda ainda falou que a eleição entre candidatos de esquerda para Prefeitura do Recife será decidida entre os eleitores dos candidatos de direita.

Assista ao vídeo: