greve dos rodoviários

“Lei da dupla função não fala que o cobrador tem que voltar”, diz presidente da Urbana-PE sobre greve dos rodoviários

A greve dos rodoviários está marcada para esta terça (24) mas, segundo Fernando Bandeira, não há necessidade do ato porque quer resolver negociações através de conversa

Carol Coimbra
Carol Coimbra
Publicado em 23/11/2020 às 8:37
Felipe Ribero/JC Imagem
FOTO: Felipe Ribero/JC Imagem

Em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta segunda-feira (23), o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, falou sobre a greve dos rodoviários que ocorrerá nesta terça-feira (24). O motivo da paralisação agora é para que a Lei 8.761/2020, que proíbe a dupla função dos motoristas de ônibus, seja colocada em prática.

Segundo Bandeira, não existe necessidade de greve. Ele acredita que possa existir uma conversa.
“Acredito na negociação, sentar e resolver as questões conversando. Não vejo motivo nenhum para os Sindicato dos Rodoviários estar querendo fazer uma greve. Ele justificam a greve de três formas. Por exemplo, a dupla função, a lei nem entrou em vigor, como irá ser cumprida? Eles falam também em readmissão de cobradores. Esse processo foi judicializado, então o que a Justiça está mandando fazer nós estamos cumprindo”, disse.

“Depois ele pede uma campanha salarial com aumento de 29%, aumento de 79% e um plano de saúde, nós pagando 75%. Nós vivemos a maior crise que o setor de transporte já teve. O setor de turismo e o de transporte foram os mais afetados pela crise. Até hoje não estamos com aqueles passageiros que tínhamos em março, nós estamos com 70% daqueles passageiros. Aumentar salário, nesse momento, é muito complicado. Estamos em uma crise braba. Nossa proposta é conversar em julho de 2021. Todo mundo no Brasil todo fez isso, então faço apelo ao Sindicato dos Rodoviários para que eles pensem, raciocinem que o que eles estão pedindo é muito complicado”, acrescentou o presidente da Urbana-PE.

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Segundo Bandeira, caso não haja nenhum acordo, serão tomadas algumas providências.

“Se não conseguirmos, iremos cumprir o que determinou o CBM, que é colocar 70% da frota na rua nos horários de pico, de 5h às 9h e 16 às 20h. E colocar 50% no entrepico. Essa será a nossa obrigação. Porque como é serviço essencial não pode parar, então define-se qual é o percentual de frota que vai rodar”, explicou.

Dupla função

Sobre o cumprimento da lei que proíbe dupla função que entra em vigor no dia 3 de dezembro de 2021, Bandeira falou que a lei não exige a volta dos cobradores nos ônibus.
“A lei da dupla função não diz que o ônibus deve ter cobrador, ela proíbe que motorista a cobrar. Hoje nós temos no máximo 20% de dinheiro em espécie. Então iremos procurar fazer integrações nas ruas, nas paradas, nos terminais, com o fim de que as pessoas não deixem de ser atendidas. Mas a lei da dupla função não fala que o cobrador tem que voltar não”,relatou.

Ir e vir

Fernando ainda falou que irão lutar para que haja um acordo e para que os ônibus rodem com normalidade. Caso isso não ocorra, tentarão rodar com a melhor eficiência possível. A polícia e todo o sistema estarão presentes para que tudo dê certo para que o ir e o vir das pessoas não seja prejudicado.

Ouça a entrevista na íntegra: