De acordo com dados do Imperial College de Londres, a taxa de transmissão do novo coronavírus para esta semana, no Brasil, é a maior desde maio. A informação chega em um momento de muita especulação sobre uma possível segunda onda no País.
Dúvidas em relação às possibilidades de reinfecções de casos também são cada vez mais constantes. Para responder essas e outras dúvidas, o professor e epidemiologista da Universidade Federal de Pernambuco Jones Albuquerque participou do programa Passando a Limpo com o comunicador Geraldo Freire nesta quarta-feira (25). Ele comentou sobre as possíveis justificativas para os casos que estão sendo considerados reinfecções. “Uma explicação possível é, sim, a reinfecção agindo na população. Outra explicação possível é que é outro vírus, que pode ser mutado, não sei, isso carece ainda de muito estudo”, disse.
Questionado sobre o impacto dos últimos feriados na taxa de transmissão do vírus, o epidemiologista explicou a relação entre essas datas e o comportamento do índice. “O 7 de setembro teve uma consequência três semanas depois, mas foi uma consequência controlada nos hospitais e nos intensivistas. O 12 de outubro também teve uma consequência no começo de novembro. Mas, o que estamos vendo agora, é que realmente precisamos estar preocupados, porque os países que tiveram políticas de travamento de lockdown, etc, e que aprenderam tão quanto nós, estão sofrendo pior agora”, relatou.
Outra dúvida recorrente é relacionada a definição do número que indica a taxa de contágio. Por exemplo, neste momento a taxa está em 1,30. Jones detalhou de maneira didática o significado deste índice.
“A taxa de infecção podemos traduzir ela como juros, quando vemos ali 1,3, estamos dizendo 3% de juros ao dia. Basta pegar um cheque especial por exemplo e ver para onde vai isso 10%,12% ao mês. Estamos falando aí de 3 ao dia, por isso que essa taxa nos deixa tão alarmados”, explicou.
Ouça a reportagem de Beatriz Albuquerque: