Violência

Arma é ameaça à família e é isso que o presidente quer liberar, critica o ex-ministro Raul Jungmann

Para Raul Jungmann armas não podem ir para as casas das famílias

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 05/02/2021 às 11:39
Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ex-ministro da Defesa, o pernambucano Raul Jungmann é contra os interesses do presidente da República, Jair Bolsonaro, de tentar armar a população. “Desde que as nações se constituem, as forças policiais são responsáveis pela manutenção da ordem democrática. Ao dizer: ‘eu vou armar o povo’, você [Bolsonaro] está negando o papel das Forças Armadas”, disse Jungmann em entrevista ao programa Passando a Limpo, na Rádio Jornal, nesta sexta-feira (5).

“Recentemente, Bolsonaro disse que quem faz com que o Brasil não seja uma ditadura são as Forças Armadas. Eu respondo que, no momento em que um país depende das Forças Armadas para ser democracia, ele já não é democracia”, afirmou o ex-ministro.

Para Jungmann, o caminho ideal é melhorar a estrutura das policiais para dar mais segurança à população. “Toda categoria quer ter arma, o IBAMA, o oficial de justiça. O problema é que a gente não dá segurança como deveria. Então, as pessoas querem fazer autotutela. Ao invés de lutar para reformar as polícias, não, ‘eu quero é ter um revolver’”, criticou.

Riscos

“Uma vez perguntei para um delegado o que é mais arriscado para um policial que está numa barreira. Ele parar um motorista que está armado ou desarmado? A resposta foi que é mais perigoso parar um motorista armado. Então, os primeiros que vão morrer com isso são os policiais que nos defendem. Depois, [como vai ser quando] você tem uma discussão com um motorista armado? O seu filho pra ir pra escola, você diz: ‘meu filho, leve a arma porque está todo mundo armado”. E aquele churrasco de final de semana para assistir o jogo, com as pessoas bebendo e armadas? Onde é que você vai guardar essa arma? Embaixo do colchão? Arma é ameaça à família e é isso que o presidente quer liberar”, finalizou.

Confira a entrevista na íntegra: