A mulher trans Lorena Muniz teve a vida interrompida, no domingo (21), após a clínica onde estava colocando próteses nos seios, em São Paulo, pegou fogo. A cabeleireira, de 25 anos, fazia questão de demonstrar o talento com cabelo e maquiagem nas redes sociais. A pernambucana era dona de um salão no bairro do Fragoso, em Olinda. De acordo com a amiga dela, a mulher trans fez a cirurgia para realizar um sonho e ser mais feliz.
‘’Como eu fui a pessoa que ela pediu muita indicação sobre o que é hormônio, sobre como ficar feminina [...] Queria um dia ter seio e ser uma mulher’’, revelou Renata Alves - amiga de Lorena .
Investigação
De acordo com as informações apuradas pela produção da TV Jornal, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde de São Paulo informou que a unidade tinha licença para atividade médica ambulatorial com recursos apenas para cirurgias de pequeno porte, com anestesia local, e que não tinha permissão, nem mesmo para interções. A unidade de vigilância em saúde da também disse que vai avaliar o caso para tomar providências.
‘’Tem que verificar se a clínica tem UTI, se tem médico de plantão e sala de recuperação pós-cirúrgica, além de ir à consulta com o cirurgião já sabendo o que vai perguntar, que material vai ser utilizado e quais técnicas vão ser feitas’’, indicou Rafael Anlicoara, especialista.
O que diz a clínica?
O advogado da clínica, em entrevista ao SBT, contou que o curto circuito foi provocado por uma explosão enquanto a companhia energética do estado realizava uma manutenção na rua, mas não soube explicar porque a paciente foi deixada sozinha dentro da clínica. Em nota, a companhia energética negou que tenha realizado algum serviço na área no dia do incidente.
Relembre o caso
Na semana passada, a cabeleireira embarcou para São Paulo e iniciou o procedimento na clínica, mas durante a cirurgia houve um princípio de incêndio no estabelecimento e Lorena foi deixada sedada dentro do prédio. O marido da cabeleireira chegou a fazer um apelo nas redes sociais. A mulher trans deu entrada no Hospital das Clínicas de São Paulo, onde dias depois os médicos confirmaram a morte cerebral.