Pandemia do novo coronavírus

Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admite agravamento da pandemia no Brasil

Nessa quinta-feira (25), o Brasil registrou o maior número de mortes em 24h desde o início da pandemia: 1.582 vidas perdidas

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 26/02/2021 às 11:21
Bruno Kelly/Reuters
FOTO: Bruno Kelly/Reuters

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu que a pandemia do novo coronavírus se agravou no Brasil. Nessa quinta-feira (25), o Brasil registrou 1.582 mortes pela covid-19 em apenas 24h. É o record no número de mortes desde o início da crise sanitária no país no início do ano passado.

Pazuello disse que a velocidade de transmissão de novas cepas aumentaram os números dos casos. Em todas as regiões do país, já há notificações de colapso ou de quadro extremamente crítico.

“Na nossa visão estamos enfrentando nova etapa dessa pandemia, hoje o vírus mutado nos dá tres vezes mais a contaminação, e a velocidade com que isso acontece em pontos focais pode surpreender o gestor em termos de estrutura de apoio. Essa é a realidade que vivemos hoje no Brasil. Não está centrado apenas no Norte e Nordeste, hoje você vê outros locais que nessa época do ano não estavam impactados. E precisamos estar alertas e preparados para isso”, disse o ministro, segundo relatou o jornal Extra.

Apesar disso, Pazuello não falou sobre medidas mais duras de contingenciamento do vírus. O presidente Jair Bolsonaro é contra medidas de distanciamento social.

De acordo com a reportagem do Extra, após a fala do ministro, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire, disseram que este é o momento mais difícil desde o início da pandemia.

Gestores municipais e estaduais defenderam mais medidas de restrição de circulação de pessoas para diminuir a transmissão do vírus.

Estado crítico

O presidente do Conass, Carlos Eduardo Lula, disse que 15 estados do país já estão com ocupação de leitos destinados a pacientes com covid-19 acima de 90%. “A gente vive um momento diferente no enfrentamento, é o momento mais difícil que a gente tem desde a confirmação do primeiro caso. A gente nunca teve tantos estados com tanta dificuldade ao mesmo tempo. Não é hora de a gente fazer festa, não é a hora de estar junto, porque o que a doença precisa é de ambientes fechados com pouca circulação de ar”, analisou.