Pandemia

Bolsonaro diz que governadores devem pagar pelo auxílio emergencial, em crítica a medidas contra a covid-19

Fala sobre o auxílio emergencial ocorre no momento em que governantes locais estudam e adotam medidas para combater disseminação da covid-19. Brasil chegou ao terceiro dia consecutivo com recorde no número de mortes.

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 27/02/2021 às 14:58
Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro criticou novas medidas de isolamento social anunciadas por governadores para frear as estatísticas de contágio do coronavírus no país, que atinge maior pico, desde o início da pandemia.

Ele disse que governadores que adotarem medidas de restrição para frear a disseminação da covid-19 devem bancar o auxílio emergencial. "A questão do vírus e o desemprego são dois problemas que devemos tratar de forma simultânea. Daqui para a frente, o governador que fechar seu estado, que acabar com o emprego, deve bancar o auxílio emergencial. Não pode continuar a fazer política e jogar para o colo do presidente da República essa responsabilidade", disse, em discurso em Caucaia (CE), nessa sexta-feira (26).

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Contra o isolamento social

O presidente também chamou de "politicalha" o pedido de governadores para que as pessoas fiquem em casa. "Essa politicalha do 'fique em casa, a economia a gente vê depois' não deu certo e não vai dar certo. Não podemos dissociar a questão do vírus e do desemprego", disse Bolsonaro.

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Risco de colapso no sistema de saúde e restrições

Governadores de São Paulo, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco, Piauí e Roraima, entre outros, adotaram medidas mais restritas de circulação nos estados diante do risco de colapso no sistema público de saúde.

Em Pernambuco, a partir deste sábado (27), até o dia 10 de março, serviços não essenciais estão proibidos de abrir, entre 22h e 5h, em todas as cidades.

O anúncio foi feito pelo governador Paulo Câmara, após o aumento no número de casos da covid-19 no Estado e em todo o país.

Recorde de óbitos

O Brasil teve seu terceiro dia consecutivo com recorde diário de mortes por covid-19, na média móvel de sete dias, nessa sexta-feira (26), de acordo com o painel Monitora Covid da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Foi registrada a média móvel de 1.152 óbitos, maior número, desde o início da pandemia, acima dos 1.148 do dia anterior e dos 1.123 de quarta-feira (24).

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Número de casos

Os casos, também segundo a média móvel de sete dias, chegaram a 53.422 por dia, 17,5% acima do número de 14 dias antes (45.470) e 4% acima dos casos diários de um mês antes (51.356).