Os 27 governadores do Brasil vão comprar, conjuntamente, vacinas contra a covid-19. A informação foi confirmada pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), à coluna de Josias de Souza, do UOL. Nesta segunda-feira (1º), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (também do PSB), viaja a Brasília para participar de reunião em busca de fechar acordo com a fabricante da vacina russa Sputinik V.
Por enquanto, os governadores ainda não fecharam contrato com nenhuma empresa, mas já planejam como será a divisão das doses para quando a compra for finalizada. “Não haverá a formalização de um consórcio. Nossa ideia é comprar cotas proporcionais à população de cada estado. Nenhum estado comprará mais do que o equivalente ao percentual de sua população. Sempre que comprarmos, haverá uma distribuição equitativa de doses. E cada estado pagará a sua cota, fazendo um contrato com o laboratório”, disse o governador do Espírito Santo a Josias de Souza.
O anúncio de Casagrande ocorre em meio ao recrudescimento da pandemia no país, enquanto o governo Federal continua com dificuldades de articulação para garantir a vacinação na população. Até o último domingo (28), o país só havia vacinado cerca de 3% da população. Na semana passada, estados de todas as regiões do país já haviam casos de colapso no sistema público de saúde. O presidente da República, Jair Bolsonaro, também criticou os governadores que estão endurecendo as medidas de isolamento social para diminuir a transmissão do vírus.
"Hoje, temos 20 estados com dificuldades de atender às pessoas que precisam de UTI. E o presidente, na semana do pior momento da pandemia, dá uma declaração menosprezando as máscaras. Não é fácil. Por isso iremos a Brasília. Já fizemos uma reunião com o Rodrigo Pacheco [presidente do Senado]. Estamos pedindo para que seja nesta terça-feira a reunião com o Arthur Lira”, acrescentou Casagrande.
Perdemos a guerra
"Perdemos a guerra. Se tivéssemos fechado contratos para a aquisição de vacinas antecipadamente poderíamos ter muito mais doses. Perdemos a guerra porque estamos assistindo à morte de 1.200 pessoas, 1.300 brasileiros por dia. É uma bomba atômica. É como se tivesse caído uma bomba atômica no Brasil. Temos mais de 250 mil mortos. É muita gente”, finalizou o governador.