Pandemia do novo coronavírus

Não cabe às Forças Armadas ir atrás das paranoias de Bolsonaro, diz ex-ministro da Defesa Raul Jungmann

No final de semana, Bolsonaro voltou a citar Forças Armadas como forma de defender supostas ameaças às liberdades

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 22/03/2021 às 9:43
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O ex-ministro da Defesa Raul Jungmann disse na manhã desta segunda-feira (22) que não cabe às Forças Armadas “ir atrás das paranoias do Presidente da República”. No final de semana, em conversa com apoiadores, Jair Bolsonaro disse que as Forças Armadas podem atuar contra supostas ameaças - enxergadas pelo próprio Bolsonaro.

“Toda vez que o presidente se sente ameaçado, o presidente tem a mesma reação. Ele invoca um risco à liberdade, à tirania, que não existe. Quem é que está conspirando, quem é que quer ditadura, tirar a liberdade no Brasil hoje? A reação dele quando se sente cercado pelos fatos é invocar as Forças Armadas”, questionou Jungmann, em entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal.

Na avaliação do ex-ministro, Bolsonaro se sente ameaçado por culpa dele próprio. “Ele se sente ameaçado porque a popularidade está despencando, porque o Brasil está chegando a 3 mil mortes diárias, tem a possibilidade de meio milhão de mortes em junho, porque esse ano pode ser um ano perdido”, disse.

Combate à pandemia

“As Forças Armadas só atuam pela Constituição. As Forças Armadas são da nação. Não cabe a elas ir atrás das paranoias do presidente da República. Invocar a espada é fazer medo à população, quando ele deveria estar, na verdade, trabalhando contra a pandemia, não negar a pandemia”, criticou Raul Jungmann, reforçando que, para melhorar a economia, o país precisa de mais vacinas.

Ouça a entrevista na íntegra: