Pandemia

Covid-19: Mesmo com auxílio emergencial, governo tem obrigação de vacinar os informais em 4 meses, diz Guedes

Mesmo quem tem auxílio emergencial precisa sair para trabalhar, diz ministro Paulo Guedes, que pede vacinação em massa

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 23/03/2021 às 11:15
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
FOTO: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

O governo tem a obrigação de vacinar, nos próximos quatro meses, todos os 38 milhões de brasileiros que receberão a nova rodada do auxílio emergencial, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, nessa segunda (22).

Segundo Guedes, essas pessoas precisam sair de casa para trabalhar, mesmo recebendo o benefício.

"Quero dar ênfase para a necessidade de vacinação em massa. Está muito claro hoje que o desemprego, a recessão de hoje, teve uma focalização muito grande particularmente nos mais vulneráveis, os 38 milhões de brasileiros que ganham seu pão, seu dia a dia, literalmente a cada dia", disse o ministro, ao comentar o resultado da arrecadação de fevereiro.

>> Média de mortes por covid-19 cresce há um mês, diz Fiocruz

>> Covid-19: em 19 dias, março se torna mês mais letal da pandemia no Brasil

>> Ex-presidente Dilma Rousseff é vacinada contra a covid-19: 'Vacinem-se. Cuidem-se'

>> Covid-19: Mais de 2 mil empresas fecharam as portas em Pernambuco durante pandemia

Vacinação acelerada

Na avaliação de Guedes, a vacinação em massa precisa ser acelerada ao máximo para assegurar o retorno seguro ao trabalho, principalmente dos informais, que constituem a população mais vulnerável.

“Particularmente, esses mais vulneráveis não podem ficar em casa, no isolamento social, tendo sua sobrevivência garantida. Mesmo a gente fornecendo auxílio emergencial, são as famílias mais frágeis. Eles têm às vezes 8, 9, 10 pessoas em habitações muitas vezes de só um cômodo, e são pessoas que querem trabalhar e precisam trabalhar, eles pedem para trabalhar”, declarou.

>> Secretário diz que única medida de evitar curva crescente da covid-19 é reduzir a circulação de pessoas

>> Por causa do desrespeito da população, Pernambuco chegou à segunda onda de contágio pela covid-19

>> Mais de 70% dos brasileiros acham que pandemia da covid-19 piorou, revela pesquisa

Distanciamento social

Nas palavras do ministro, há uma “assimetria de informação” entre a população de alta, média e baixa renda. Segundo Guedes, enquanto as pessoas de maior renda toleram melhor o distanciamento social, as pessoas de classes mais baixas “têm um desejo desesperado pelo trabalho”, daí a necessidade de vacinar em massa os trabalhadores informais e os demais beneficiários do auxílio emergencial.

“Mesmo com a cobertura que vamos estender, mais do que nunca, temos que evitar a crueldade do dilema que é: ou fica em casa com dificuldades para manutenção da sua sobrevivência pessoal, ou vão sair arriscado a perder a vida pela covid. Então, a vacinação em massa tem que ser acelerada ao máximo para garantir a chance de sobrevivência e o retorno seguro ao trabalho, principalmente para as camadas mais vulneráveis”, justificou o ministro.

>> Covid-19: "Muitas pessoas estão vivendo como se não houvesse pandemia", diz secretário de saúde

>> Covid-19: Pernambuco continua com alta taxa de ocupação de leitos de UTI

>> Covid-19: "Ou todos cooperam, ou vai faltar leitos para quem precisa", diz secretário