Páscoa: Dom Fernando Saburido diz que recuperados da covid-19 são sinal de ressurreição

A Páscoa ou o Domingo da Ressurreição celebra a ressurreição de Jesus Cristo ocorrida ao terceiro dia após sua crucificação no Calvário

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 04/04/2021 às 9:57
Bobby Fabisak/JC Imagem
FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem

O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, celebra a missa de Páscoa, neste domingo (4), na Catedral da Sé, em Olinda. A celebração é acompanhada por um número limitado de fiéis na igreja. Todos utilizam máscaras e respeitam o distanciamento social.

A celebração também está sendo transmitida pelo Youtube da Arquidiocese de Olinda e Recife.

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Antes da celebração, Dom Fernando Saburido falou sobre o momento e comparou a data ao momento atual de enfrentamento à pandemia da covid-19. "Hoje é a grande festa da ressurreição do senhor. Apesar de a pandemia estar tirando o nosso sossego, estamos conseguindo celebrar a Páscoa", disse. "Vamos meditar um pouco sobre os sinais de ressurreição, apesar de tudo isso. A gente vê o avanço dos pesquisadores para conseguir chegar à vacina, os sinais positivos dos profissionais de saúde que estão trabalhando para recuperar os enfermos, as tantas pessoas que se recuperaram da covid. 'Eu venci a covid' é o que nós vemos com muita frequência. Isso é um sinal de ressurreição, de vida", completou.

A Páscoa ou o Domingo da Ressurreição é o momento mais importante para os fiéis cristãos. O dia celebra a ressurreição de Jesus Cristo ocorrida ao terceiro dia após sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento.

Ministro do STF libera cerimônias religiosas presenciais na Páscoa

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques ordenou neste sábado (3) que os estados, o Distrito Federal e os municípios permitam a realização de celebrações religiosas presenciais, ainda que com, no máximo, 25% da capacidade. A porcentagem foi inspirada em julgamento de caso similar pela Suprema Corte dos Estados Unidos.

A decisão ocorre na véspera do domingo de Páscoa, uma das principais datas do calendário cristão, quando se celebra a ressurreição de Jesus Cristo. A ocasião foi mencionada por Nunes Marques. Ele destacou que mais de 80% dos brasileiros se declaram cristãos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O ministro atendeu a um pedido de liminar (decisão provisória) feito pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). Para a entidade, o direito fundamental à liberdade religiosa estava sendo violado por diversos decretos estaduais e municipais que proibiram os cultos de forma genérica. A Anajure argumentou que tais normas tratavam a religião como atividade não essencial, o que seria inconstitucional.

Todos os atos questionados foram editados com a justificativa de evitar aglomerações que favoreçam a contaminação pela covid-19.

Nunes Marques baseou sua decisão também em parecer do procurador-geral da República, Augusto Aras, que defendeu a assistência espiritual como sendo algo essencial na pandemia. Em manifestação sobre o tema, a Advocacia-Geral da União (AGU) também defendeu a permissão para a realização de cultos presenciais.

Decisão

Nunes Marques deu razão à Anajure. “A proibição categórica de cultos não ocorre sequer em estados de defesa (CF, art. 136, § 1º, I) ou estado de sítio (CF, art. 139). Como poderia ocorrer por atos administrativos locais?”, indagou o ministro.

“Reconheço que o momento é de cautela, ante o contexto pandêmico que vivenciamos. Ainda assim, e justamente por vivermos em momentos tão difíceis, mais se faz necessário reconhecer a essencialidade da atividade religiosa, responsável, entre outras funções, por conferir acolhimento e conforto espiritual”, acrescentou ele.

Outras medidas impostas por Nunes Marques foram: distanciamento social, com espaçamento entre assentos; uso obrigatório de máscaras; disponibilização de álcool em gel na entrada dos templos; e aferição de temperatura.

A liminar de Nunes Marques é válida ao menos até que o plenário do STF discuta a questão. O ministro é relator de três ações de descumprimento de preceito fundamental sobre o assunto. As outras foram abertas pelo Conselho Nacional de Pastores do Brasil e pelo PSD.