Caso Nardoni

Depois de 13 anos, veja como Alexandre Nardoni está hoje, preso por matar a filha Isabella Nardoni em SP

Caso de Isabella Nardoni volta a ser lembrado nas redes sociais, após prisão de mãe e padrasto no caso Henry

Gabriel dos Santos
Gabriel dos Santos
Publicado em 08/04/2021 às 12:45 | Atualizado em 30/03/2023 às 10:21
Reprodução/TV Globo
FOTO: Reprodução/TV Globo

Após 13 anos, o caso Isabella Nardoni tem sido lembrado na internet nos últimos dias. O Google Trends, serviço do Google que identifica as principais pesquisas do mundo, confirmou que houve aumento repentino de buscas por termos relacionados ao caso Nardoni. A memória da população, muito provavelmente, está relacionada à prisão de Monique Medeiros e do vereador carioca Dr. Jairinho, mãe e padrasto do menino Henry, morto no dia 8 de março deste ano

O que aconteceu com Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá?

O caso de Isabella Nardoni chocou o país inteiro, sendo um dos casos de maior repercussão da história dos veículos jornalísticos do Brasil. Na época, uma pesquisa do Instituto Sensus apontou que 98% da população tinha conhecimento sobre o assassinato da criança, que morreu aos cinco anos de idade. 

O crime aconteceu na noite de 29 de março de 2008. De acordo com o julgamento do casal, Isabella foi arremessada do sexto andar do apartamento onde o pai morava com Anna Carolina e os dois filhos do casal. Inicialmente, a dupla disse que o crime havia sido cometido por um invasor, mas provas periciais colocaram o pai e a madrasta na cena do crime.

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Ficou esclarecido, portanto, que Anna Carolina enforcou Isabella, enquanto o pai, Alexandre Nardoni, cortou a tela de proteção do apartamento e jogou o corpo da própria filha. O apartamento ficava no sexto andar do edifício London, na Vila Mazzei, Zona Norte de São Paulo.

Penas

O casal foi condenado por homicídio triplamente qualificado. Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos e um mês de prisão. Já Anna Carolina pegou 26 anos e oito meses. A Justiça entendeu que o parentesco entre Alexandre e a vítima era um agravante.

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Vida na prisão

  • Alexandre Nardoni

Preso na penitenciária de Tremembé, em SP, Alexandre Nardoni, que é formado em Direito, trabalhou como ajudante de faxina, na lavanderia, na jardinagem, e foi ajudante geral.

O portal UOL teve acesso ao currículo de Nardoni na cadeia. Veja a cronologia dos trabalhos do pai de Isabella no presídio:

  • 06/05/2009 a 28/02/2010 - Apoio em faxina interna
  • 01/03/2010 a 21/02/2011 - Apoio em lavanderia
  • 03/05/2011 a 26/11/2012 - Apoio em lavanderia
  • 27/11/2012 a 01/05/2019 - Ajudante geral
  • 02/05/2019 a 20/05/2019 - Apoio em jardinagem
  • 21/05/2019 a 14/08/2019 - Ajudante geral
  • 06/11/2019 a 08/11/2019 - Apoio em jardinagem
  • 11/11/2019 até atualmente - Ajudante geral

Ao UOL, carcereiros do presídio descreveram Alexandre como um dos detentos mais dedicados ao trabalho e estudos. Ele também tem bom comportamento dentro da cadeia.

Em 2019, a Justiça mandou Nardoni para o regime semiaberto. Nesta modalidade, o condenado pode trabalhar fora da cadeia, mas precisa voltar toda noite para dormir no presídio. Ele também tem direito a cinco saídas temporárias (de uma semana) por ano. Ele deve cumprir pena até o ano de 2036.

  • Madrasta

Anna Carolina Jatobá também está presa no complexo prisional de Tremembé. Ela já trabalhou como costureira no ateliê do presídio, entre 2018 e 2020.

Em 2017, ela foi para o regime semiaberto, mas perdeu esse direito em 2020, após infringir uma regra do presídio. Durante a pandemia, enquanto teve autorização para conversar com advogados por uma videochamada, ela foi flagrada pelos funcionários da instituição falando com o pai e os filhos, o que é proibido.

Com isso, a Justiça determinou que a madrasta voltasse ao regime estritamente fechado.

Anna Carolina também tem bom comportamento. O temperamento dela só mudava, de acordo com fontes da revista Época, quando voltava das saídas a que tinha direito no semiaberto.

“Ela chega uma leoa e a gente deixa ela em seu canto por alguns dias, até se acalmar. A vida dela é muito difícil aqui dentro porque ela ama o marido e os filhos ”, disse uma colega de cela à revista Época.

Caso Henry e prisão de mãe e padrasto

Padrasto e mãe de Henry foram presos
Padrasto e mãe de Henry foram presos
Reprodução

O menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, morreu no dia 8 de março, após retornar de uma visita à casa do pai biológico. Em depoimento à polícia, a mãe do menino, a professora Monique Medeiros, e o padrasto dele, o vereador do Rio de Janeiro Dr. Jairinho, disseram que, por volta das 3h30 daquela madrugada, encontraram o menino caído no chão do quarto onde o garoto dormia.

Dr. Jairinho e Monique foram presos, nesta quinta-feira (8), acusados de matar o menino. Em coletiva de imprensa, o delegado Henrique Damasceno, responsável pela investigação da morte do menino, afirmou ter certeza de que o vereador foi o responsável pelas agressões que mataram o menino e de que a mãe dele sabia.

'Não resta a menor dúvida, em relação aos elementos que nós temos, sobre a autoria do crime, dos dois', disse o delegado sobre a morte de Henry Borel.

A mãe de Henry e Dr. Jairinho foram presos porque atrapalharam as investigações da morte da criança e ameaçaram testemunhas. Mesmo sem a conclusão do inquérito, a polícia acredita que o menino foi assassinado. Falta esclarecer como o crime foi cometido.