JUSTIÇA

'Prefiro ser morto lutando', diz desembargador do TJPE sobre suposta articulação de golpe no Brasil

Desembargador do TJPE afirmou em uma rede social que grupos estão se articulando para ‘golpear o Estado Democrático e Social de Direito do Brasil’

às 13h42 Atualizada no dia 15 de abril
às 13h42
Atualizada no dia 15 de abril
Publicado em 14/04/2021 às 19:00
Acervo JC Imagem
FOTO: Acervo JC Imagem

O desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Bartolomeu Bueno repercutiu, nesta quarta-feira (14), em entrevista ao Balanço de Notícias, uma postagem feita por ele em uma rede social onde afirma que “todos os que têm o poder das armas estão se articulando para golpear o Estado Democrático e Social de Direito do Brasil e rasgar a Constituição em vigor”.

Segundo o desembargador, a avaliação se dá a partir de eventos que têm se repetido no Brasil. “Diversos setores vêm, o tempo todo, tentando solapar as instituições democráticas. O próprio presidente da República vem o tempo todo atacando o Supremo Tribunal Federal, a sua família também. Algumas pessoas no Congresso, alguns seguidores do presidente vêm atacando essas instituições, defendendo o Ato Institucional número 5 (...) Nós estamos acompanhando isso e vemos, de vez em quando, generais de pijama, no clube militar, que são usados para dar recados dos militares da ativa, dizendo que pode haver isso, aquilo”, comentou.

Nesta quinta-feira (15), o desembargador apagou a publicação.

Veja a publicação feita pelo desembargador Bartolomeu Bueno:

Desembargador Bartolomeu Bueno apagou postagem em que falava sobre articulação de golpe no Brasil
Desembargador Bartolomeu Bueno apagou postagem em que falava sobre articulação de golpe no Brasil
Reprodução/ Facebook

Reação

O desembargador alerta que é preciso reação por parte da população. “Todo dia é uma ameaça ao Estado Democrático e Social de Direito e nós, como cidadãos, que defendemos a Constituição, temos que estar preparados. Não defendo a luta armada, mas, evidentemente, se tiver um golpe eu vou tentar me defender. Não vou aos 67, 68 anos de idade ser preso, torturado e morto. Eu prefiro ser morto lutando”, afirmou.

Militares legalistas deixaram comandos das três Forças Armadas

Para o desembargador Bartolomeu Bueno, a saída dos comandantes das três Forças Armadas: Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica) mostra que eles tinham uma posição legalista, contrária às demonstrações de golpe. “Saíram porque eram legalistas. Defendiam que as forças armadas são instituições do Estado, e não do governo. E o que vem dizendo o presidente? ‘O meu Exército não vai permitir isso’. Isso não existe. Não é postura de um presidente. Isso causa muito transtorno, medo e apreensão. Nós já vimos esse filme no passado, e não queremos vê-lo novamente”, alertou.