POLÍTICA

'É um povo que merece sofrer', diz Bolsonaro sobre quem votar em Lula

Presidente Jair Bolsonaro comentou decisão do STF que anulou as condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 19/04/2021 às 15:50
Ricardo Stuckert/Instituto Lula /Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
FOTO: Ricardo Stuckert/Instituto Lula /Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou a apoiadores no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (19), que quem votar no ex-presidente Lula “merece sofrer”. O petista e Bolsonaro ainda não confirmaram que disputarão as eleições presidenciais e 2022.

A afirmação foi dada durante comentário do presidente sobre o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu, por oito votos a três, anular as condenações impostas ao petista na Operação Lava-Jato. Com o resultado, Lula ganhou seus direitos políticos e está elegível para disputar as eleições de 2022. “Foi 8 a 3 o placar lá. Você interprete como quiser. Agora, pelo amor de Deus, o povo que, por ventura, vote em um cara desses, é um povo que merece sofrer”, disse Bolsonaro.

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Novo partido

Jair Bolsonaro afirmou que espera definir um novo partido até o fim de abril. Desde que saiu do PSL, em 2019, o presidente segue sem sigla. Ele também confirmou que é "muito pequena" a chance de conseguir criar o Aliança pelo Brasil.

"Aliança? Quase... Muito pequena a chance de sair. Já estou atrasado, já, não tenho outro partido, espero que esse mês eu resolva (...) Abril está bom. O duro foi quando eu me candidatei que eu acertei fevereiro, março, em cima da hora", comentou.

Decisão do STF

Em plenário realizada na última quinta-feira (15), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria dos ministros (8 x 3), manter a decisão de Edson Fachin e anular as decisões da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, o petista recuperou os seus direitos políticos, voltou a ser considerado ficha limpa e pode se candidatar às eleições de 2022.

Os ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso foram favoráveis a anulação das acusações e decisões da Lava Jato contra o ex-presidente, entendendo que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os casos que acabaram condenando Lula: do sítio de Atibaia, do tríplex do Guarujá, além das acusações referente a sede do Instituto Lula e a possíveis doações para a entidade.

Já os ministros Kassio Nunes Marques, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux votaram contrários a anulação das decisões da Lava Jato.