CPI DA PANDEMIA

Revista divulga áudio em que Fábio Wajngarten afirma que houve incompetência na compra de vacinas por parte do Ministério da Saúde

O ex-secretário especial de Comunicação Social do Governo Bolsonaro Fábio Wajngarten foi entrevisto na CPI da Pandemia, nesta quarta-feira (12)

Com informações da Agência Brasil
Com informações da Agência Brasil
Publicado em 12/05/2021 às 16:18
Marcos Oliveira/Agência Senado   Fonte: Agência Senado
FOTO: Marcos Oliveira/Agência Senado Fonte: Agência Senado

A CPI da Pandemia ouve o ex-secretário especial de Comunicação Social do Governo Bolsonaro Fábio Wajngarten, nesta quarta-feira (12). Por várias vezes, o ex-chefe da Secom foi questionado sobre entrevista concedida no final de abril por ele à revista Veja na qual disse que houve “incompetência nas negociações de compra de vacinas” por parte da equipe do Ministério da Saúde, então comandado por Eduardo Pazuello. Após mentir à comissão, a revista divulgou o áudio em que confirma a fala de Wajngarten.

À CPI, ele disse que “a manchete serve para vender a tiragem, a manchete serve para trazer audiência, a manchete serve para chamar a atenção, conforme a gente conhece”. No entanto, no áudio divulgado, o ex-chefe da Secom é enfático ao dizer que houve, sim, incompetência. Na sequência, ele explicou o motivo.

Na entrevista, Wajngarten foi indagado se teria havido negligência ou incompetência do governo, particularmente do Ministério da Saúde, diante das dificuldades em fazer avançar o processo de compra das vacinas contra a covid-19 da Pfizer.

Na CPI, elogio à Pazuello

No depoimento desta quarta-feira, Wajngarten elogiou o ex-ministro. "Pazuello foi corajoso de assumir uma pasta no pior momento do Brasil e do mundo. Poucos teriam coragem de sentar no ministério no meio de uma pandemia."

Sobre a entrevista, Wajngarten disse que se referia à "morosidade" do sistema público. "Incompetência é ficar refém da burocracia, morosidade na tomada de decisões é um problema em casos excepcionais como temos na pandemia. A não resposta da carta [da Pfizer], o não retorno no tempo adequado numa pandemia", disse aos senadores. Diante da mudança de tom do depoente, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que iria solicitar à revista a gravação na íntegra da entrevista.

Pfizer

Sobre sua participação na tentativa de compra do imunizante do laboratório americano, Fábio Wajngarten disse que, quando soube, em novembro do ano passado, que a Pfizer havia enviado uma carta oferecendo 500 mil doses de vacinas contra o novo coronavírus ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, levou o assunto ao presidente da República. Segundo ele, a atitude "proativa" foi republicana e para ajudar. Segundo o ex-secretário disse que a carta chegou em setembro e permaneceu dois meses sem resposta do governo federal, até que, em 9 de novembro, ele mesmo respondeu à empresa. Apesar disso, Wajngarten negou ter participado de negociações para aquisição do imunizante.