MANIFESTAÇÃO

Ato no Recife contra governo Bolsonaro gera aglomeração e é dispersado com tiros de balas de borracha pela Polícia

Com decreto mais rígido no combate à covid-19, Polícia Militar interrompe manifestação contra Bolsonaro no Recife

Filipe Farias Batista
Filipe Farias Batista
Publicado em 29/05/2021 às 13:43
Bruno Campos/ JC Imagem
FOTO: Bruno Campos/ JC Imagem

A manifestação contra o presidente Bolsonaro, neste sábado (29), acabou se transformando em clima bastante tenso no Recife. Mesmo contrariando a recomendação do Ministério Público de Pernambuco, os protestantes se concentraram na Praça do Derby e saíram em caminhada pelas principais ruas e avenidas do Centro da cidade.

Entretanto, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado fizeram uma barricada na Ponte Duarte Coelho e, para dispersar a aglomeração criada pela manifestação, disparou balas de borrachas, spray de pimenta e bombas de feito moral contra os manifestantes - alguns chegarem a ficar feridos.

Policiais do Batalhão de Choque utilizaram balas de borracha para dispersar manifestantes
Policiais do Batalhão de Choque utilizaram balas de borracha para dispersar manifestantes
Bruno Campos/ JC Imagem

No texto da recomendação, a promotora Helena Capela, da 34ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, com atribuição na Promoção e Defesa da Saúde do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), recomentou que: “Não é permitida, de acordo com os decretos estaduais, neste momento, a realização de manifestação presencial como a agendada para o próximo 29 de maio, diante do atual cenário de recrudescimento da pandemia da Covid-19 no Estado de Pernambuco, o qual adotou, inclusive, medidas mais restritivas comparadas a de alguns estados da Federação”, disse a promotora de Justiça e autora da Recomendação, Helena Capela, usando como base as determinações do Decreto Executivo do Governo de Pernambuco n nº 50.561, de 23 de abril de 2021 e do Decreto nº 50.752, de 24 de maio de 2021.

CONTESTAÇÃO

Através de sua rede social, o vereador do Recife, Ivan Moraes, que participou do ato nas ruas contra Bolsonaro, se manifestou contrário a ação da Polícia Militar. "As pessoas estavam com distanciamento social, 100% delas usando máscaras e sem absolutamente nenhuma confusão, sem nenhuma agressão ou episódio de violência ou quebra-quebra. O ato contra Bolsonaro já estava no seu final, no momento de dispersão, já chegando na avenida Guararapes, quando o Batalhão de Choque, sem absolutamente nenhum motivo, chegou junto à manifestação e disparou bombas de efeito moral e dando tiro de bala de borracha. Sem motivo algum, pois a manifestação já tinha parado e já estava na sua dispersão", declarou o vereador, em sua conta no Twitter.

REPÚDIO À VIOLÊNCIA

Através de nota, a Comissão Executiva da Câmara Municipal do Recife repudiou os atos de violência durante a manifestação que fez como uma das vítimas a vereadora Liana Cirne (PT).

CONFIRA A NOTA

Em nome do Poder Legislativo do Recife, a Comissão Executiva da Câmara Municipal repudia com veemência os atos violentos ocorridos neste sábado (29), durante manifestação no centro da cidade. Uma das vítimas destes atos foi a vereadora Liana Cirne (PT), covardemente atingida nos olhos com spray de pimenta, quando tentava dialogar com policiais militares na Ponte Princesa Isabel.

“Esperamos do Governo do Estado uma apuração rígida sobre os responsáveis por estas ações”, afirmou o presidente da Câmara do Recife, vereador Romerinho Jatobá. Ele também destacou que “a democracia é um patrimônio do povo brasileiro, que precisa ser respeitado e resguardado por todos nós”.