
Em uma carta divulgada nesta quinta-feira (3), familiares do médico brasileiro Victor Sorrentino, que está detido no Egito e é investigado por assédio sexual, pede desculpas em árabe e em inglês pelo ocorrido.
No último domingo (30), o médico de Porto Alegre foi após ofender uma vendedora em Gizé, nos arredores do Cairo, capital do Egito. O caso ocorreu no último dia 24 de maio. Em vídeo publicado em suas redes sociais, onde tem mais de 1 milhão de seguidores, Sorrentino faz perguntas de duplo sentido a uma vendedora, que parece não entender o que é dito pelo brasileiro.
O médico Victor Sorrentino também é conhecido por defender o chamado "kit covid", que é usado, sem comprovação científica, no tratamento precoce para combater a Covid-19.
Carta
A cara com o pedido de desculpas foi assinada pelos pais de Victor Sorrentino, Migel e Maria Cristina Laindes Sorrentino, os irmãos Guilherme, Patricia e Daniela Sorrentino e a esposa Kamila Monteiro.
Veja abaixo a carta publicada no Instagram da irmã de Victor Sorrentino:
Veja a tradução:
"Quanto aos recentes acontecimentos que ocorreram no caso que envolve o médico brasileiro/Victor Sorrentino no Egito, e aos danos morais e materiais causados a todos que foram afetados. Nós, a Família Victor Sorrentino e em nome de Victor apresentamos um pedido oficial de desculpas à vítima, sua família e a todos os atingidos pelo caso. A todo o querido povo egípcio e a todos os funcionários do Estado do Egito. Nós estendemos nossos mais sinceros sentimentos e empenho na reparação de todos os danos materiais e morais. Pedimos para que aceitem nossas desculpas."
Vídeo com duplo sentido
No vídeo publicado em seu perfil no Instagram, no dia 24 de maio, Sorrentino, que tem quase 1 milhão de seguidores, faz comentários sexistas em português a uma vendedora, ao comprar papiro, folha de madeira usada para escrita no Egito Antigo.
"Vocês gostam é do bem duro. Comprido também fica legal, né?", disse o médico gaúcho. "O papiro comprido." Nitidamente sem entender o que era dito pelo brasileiro, a vítima concorda.
No dia seguinte (25), ele voltou ao local para pedir desculpas e gravou um novo vídeo.
O episódio gerou forte repercussão nas redes sociais e na imprensa do país, abrindo uma campanha, puxada principalmente por movimento de mulheres no Brasil e no Egito, pedindo punição ao médico. Ele foi detido pela polícia no último domingo (30) e segue no país onde está prestando esclarecimentos às autoridades.
Depois da repercussão negativa, o médico tornou privado seu perfil na rede social e postou outro vídeo, se desculpando. "Eu sou assim. Sou um cara muito brincalhão", disse.
Veja o vídeo: