Ilhas Canárias

Lava do vulcão Cumbre Vieja 'avança implacavelmente para o mar': o que vai acontecer quando chegar lá?

As colunas de lava do vulcão engolem tudo o que encontram pela frente, durante a descida para a costa da ilha, como residências, árvores e estradas. 

Com informações do JC Online e da Agência Brasil
Com informações do JC Online e da Agência Brasil
Publicado em 22/09/2021 às 10:33
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FOTO: Reprodução

O vulcão Cumbre Vieja, que entrou em erupção no domingo (19), já obrigou a evacuação de milhares de pessoas, na ilha La Palma. Agora, as colunas de lava engolem tudo o que encontram pela frente, durante a descida para a costa da ilha, como residências, árvores e estradas.

Há o receio de que, quando se der o contato com a água do Oceano Atlântico, possam ser emitidos ainda mais gases tóxicos, entre outras ocorrência. Veja abaixo.

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Preocupação com o avanço ao mar

O terreno da ilha sofreu uma deformação média de 28 centímetros, e a preocupação das autoridades se concentra na chegada da lava ao mar. A lava "avança implacavelmente para o mar", lamentou o presidente da região canária, Ángel Víctor Torres, que descreveu "a impotência diante do avanço dessa 'lavagem' (...) que já levou casas, nesta região dedicada à agricultura, e que continuará levando outras casas em seu trajeto até o mar".

Segundo o sistema europeu de observação espacial Copernicus, que publicou no Twitter uma imagem de satélite da ilha com as áreas afetadas, a lava cobre 103 hectares de La Palma. Cerca de 750 equipes de emergência e 143 veículos estão trabalhando na operação de emergência no local.

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O encontro do magma ardente com o mar - inicialmente previsto para segunda-feira à noite, mas adiado, devido ao ritmo mais lento de avanço - pode gerar explosões, ondas de água fervente ou nuvens tóxicas, de acordo com a página do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

"As nuvens criadas pela interação entre a água do mar e a lava são ácidas", explica à AFP Patrick Allard, diretor de pesquisa do instituto francês de Geofísica do Globo, em Paris. "Podem ser perigosas, se alguém estiver muito perto", alerta.

A cerca de dois quilômetros do mar, o magma avança agora por volta dos 200 metros por hora. As autoridades não informaram, no entanto, quando poderia chegar ao mar. Na previsão, o governo regional das Canárias decretou um "raio de exclusão de 2 milhas náuticas" ao redor de onde os fluxos de lava devem chegar, pedindo aos curiosos que não se desloquem à área.

Em relação à duração da erupção, o porta-voz do Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan), David Calvo, estimou que poderiam ser "semanas".

"É provável que a pressão que o magma está liberando agora nesta fissura não seja suficiente para liberar todo o magma que se acumula, o que, por enquanto, parece que continuará por algumas semanas", disse à AFP.

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Balanço

A erupção já causou a retirada de 6.100 pessoas, incluindo 400 turistas "que foram afastados das zonas de risco" e instalados em Tenerife, a maior das ilhas do arquipélago, de acordo com declaração do governo regional das Ilhas Canárias, feita ontem ao fim do dia.

Apesar dessa situação na ilha de 85 mil habitantes, não houve mortos ou feridos, mas os danos são enormes, acima de 400 milhões de euros, segundo o presidente da comunidade autônoma das Canárias, Angel Victor Torres.

Até agora, a lava destruiu 185 prédios, 63 dos quais podem ser casas, informou o governo regional.