La Palma

Vulcão Cumbre Vieja hoje, 22 de setembro: colunas de lava seguem provocando destruição e evacuações

Saiba como está o vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, nesta quarta (22)

Com informações do JC Online
Com informações do JC Online
Publicado em 22/09/2021 às 8:24
FORTA/ via REUTERS
FOTO: FORTA/ via REUTERS

O vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção no último domingo (19) e continua causando estragos, na ilha de La Palma, nas Ilhas Canárias. O vulcão já obrigou a evacuação de milhares de pessoas da região. Agora, as colunas de lava engolem tudo o que encontram pela frente, durante a descida para a costa da ilha, como residências, árvores e estradas. Nesta quarta-feira (22), estima-se que 185 construções, das quais 63 seriam casas, já tenham sido destruídas pelo fenômeno.

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Pessoas retiradas

Já são contabilizadas mais de 6 mil pessoas retiradas da ilha, incluindo turistas. A informação foi cedida pelo governo das Canárias na tarde dessa terça-feira (21), em comunicado. "Neste momento foram evacuadas 5.700 pessoas (...) Além disso, nos primeiros dias cerca de 400 turistas que se encontravam em zonas de risco foram deslocados para Tenerife", diz o comunicado do executivo regional.

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Preocupação com o avanço ao mar

Além disso, o terreno da ilha sofreu uma deformação média de 28 centímetros, e a preocupação das autoridades se concentra na chegada da lava ao mar. A lava "avança implacavelmente para o mar", lamentou o presidente da região canária, Ángel Víctor Torres, que descreveu "a impotência diante do avanço dessa 'lavagem' (...) que já levou casas, nesta região dedicada à agricultura, e que continuará levando outras casas em seu trajeto até o mar".

Segundo o sistema europeu de observação espacial Copernicus, que publicou no Twitter uma imagem de satélite da ilha com as áreas afetadas, a lava cobre 103 hectares de La Palma. Cerca de 750 equipes de emergência e 143 veículos estão trabalhando na operação de emergência no local.

O encontro do magma ardente com o mar - inicialmente previsto para segunda-feira à noite, mas adiado, devido ao ritmo mais lento de avanço - pode gerar explosões, ondas de água fervente ou nuvens tóxicas, de acordo com a página do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

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"As nuvens criadas pela interação entre a água do mar e a lava são ácidas", explica à AFP Patrick Allard, diretor de pesquisa do instituto francês de Geofísica do Globo, em Paris. "Podem ser perigosas, se alguém estiver muito perto", alerta.

A cerca de dois quilômetros do mar, o magma avança agora por volta dos 200 metros por hora. As autoridades não informaram, no entanto, quando poderia chegar ao mar. Na previsão, o governo regional das Canárias decretou um "raio de exclusão de 2 milhas náuticas" ao redor de onde os fluxos de lava devem chegar, pedindo aos curiosos que não se desloquem à área.

Em relação à duração da erupção, o porta-voz do Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan), David Calvo, estimou que poderiam ser "semanas".

"É provável que a pressão que o magma está liberando agora nesta fissura não seja suficiente para liberar todo o magma que se acumula, o que, por enquanto, parece que continuará por algumas semanas", disse à AFP.

Nova fissura

Autoridades de Los Llanos de Aridane, uma das cidades mais afetadas pelos fluxos de lava do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, confirmaram nessa terça-feira (21), que cerca de 500 pessoas tiveram de abandonar suas casas após a abertura de uma nova fissura eruptiva. A nova cratera é a nona desde o início da atividade do Cumbre Vieja.

O vulcão expele colunas de fumaça que alcançam centenas de metros de altura e entre 8 mil e 10.500 toneladas de dióxido de enxofre por dia, segundo o Instituto Volcanológico de Canarias (Involcan). Apesar disso, o espaço aéreo da ilha permanece aberto.