Covid-19

Nova variante da covid-19 identificada na África do Sul é resistente à vacina? É mais mortal? Quais os perigos que o Brasil corre? Veja respostas

Variante identificada pela primeira vez na África do Sul é considerada a de maior mutações; médico diz que essa é a pior variante já vista

Rádio Jornal
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Publicado em 26/11/2021 às 12:16 | Atualizado em 29/11/2021 às 21:01
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Reprodução: Internet
Dados da covid-19 são atualizados diariamente pela SES-PE - FOTO: Reprodução: Internet

Em meio às preocupações acerca de um reagravamento da pandemia do novo coronavírus entre o final deste ano e início de 2022, o mundo se depara com a informação do registro de uma nova variante que chama atenção pelo seu poder. Identificada primeiro na África do Sul, a B.1.1.529 é classificada como "horrível" e "a pior já vista" por pesquisadores entrevistados pela BBC. A cepa já se espalha pelo mundo e também foi encontrada em países como Bélgica e Israel. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que o governo faça restrições a passageiros vindos de seis países. Veja o que se sabe sobre essa nova variante. 

Na prática, o que preocupa a comunidade internacional é que esta aparenta ser uma variante muito mais agressiva, que pode causar graves problemas a indivíduos que se contaminarem com ela e à própria sociedade. Há indícios de que essa nova variante seja mais transmissível. Além disso ainda não há respostas claras para perguntas sobre se ela é resistente ou não às vacinas já usadas na população.

Segundo a BBC, o pesquisador brasileiro Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação, na África do Sul, explicou que essa nova variante carrega uma "constelação incomum de mutações" e que é "muito diferente" de outras cepas que já circularam pelo mundo. Segundo Oliveira, foram percebidas 50 mutações, e mais de 30 na proteína spike — que é considerada uma espécie de "chave" que o vírus usa para adentrar nas células e é o alvo das principais vacinas contra a covid-19.

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Por causa dessa preocupação a Anvisa publicou uma nota técnica na qual orienta que o Brasil proíba voos que venham de Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, além da África do Sul. "É uma variante que possui características mais agressivas e que, obviamente, requer das autoridades sanitárias mundiais medidas imediatas. É exatamente o que fizemos há poucos minutos. Já enviamos nossas notas técnicas para os ministérios da Casa Civil, Saúde, Infraestrutura e Justiça no sentido que voos vindos desses países, são países localizados no sul do continente africano, sejam temporariamente bloqueados, não venham para o Brasil" disse o diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, à GloboNews. A Comissão Europeia anunciou que vai propor aos países membros da União Europeia que também suspendam voos vindos da África do Sul.  

De acordo com reportagem do jornal Extra e do portal G1, ambas do Grupo Globo, Israel, Bélgica e Hong Kong são países que já confirmaram casos da nova variante. Em todos os casos, trata-se ainda de pessoas que viajaram para o exterior. Na África do Sul, já foram confirmados mais de 100 casos. 

A nova variante africana é resistente às vacinas?

Por enquanto, é cedo para concluir uma resposta para esta pergunta. A preocupação dos médicos é em função do fato de que essa variante apresenta mutações exatamente na parte do vírus que a maioria das vacinas ataca - a chamada "proteína spike". Segundo o jornal Extra, alguns cientistas sul-africanos apontam para uma maior resistência dessa variante a anticorpos neutralizantes e maior transmissibilidade. 

A fabricante de vacinas Pfizer já anunciou que está testando se o imunizante serve contra a nova variante, mas os resultados devem sair em duas semanas, apenas. A líder técnica da Organização Mundial da Saúde na Covid-19, Maria van Kerkhove, disse que o trabalho deve durar algumas semanas. Apesar disso, as campanhas de vacinação devem permanecer em curso. 

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