COVID-19

O que significa ômicron? Quais os sintomas? O que a variante causa? Tire suas dúvidas

Descoberta na África do Sul, a nova variante já foi detectada em cerca de 40 países (incluindo o Brasil)

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 08/12/2021 às 15:56 | Atualizado em 17/12/2021 às 10:52
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Variante do novo coronavírus identificada na África do Sul é considerada a pior já vista - FOTO: Reprodução

A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, disse que a nova variante Ômicron do coronavírus é muito transmissível, mas que as pessoas não devem entrar em pânico com isso.

No dia 03 de dezembro, em entrevista na conferência Reuters Next, Soumya disse que a resposta certa é estar preparado e ser cauteloso e não entrar em pânico diante da nova variante. Continue a leitura para tirar suas dúvidas.

1. Qual o significado de ômicron?

Ômicron é a 15ª letra do alfabeto grego.

Quando as primeiras variantes do coronavírus começaram a aparecer, os cientistas logo adotaram um sistema para classificá-las.

Desse modo, o Sars-CoV-2 identificado pela primeira vez em Wuhan, na China, se tornou a linhagem A.

A partir daí, conforme eram descritas novas mutações no vírus, elas eram divididas por esse código. Assim, surgiu a variante A.1, a A.2, a B.1.1, a C.30.1 e assim por diante.

Só que chegou um momento em que esse sistema virou uma verdadeira sopa de letras (e números) que causava uma tremenda confusão em quem não é especialista da área.

Esse foi um dos fatores que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a criar um novo critério a partir de maio de 2021: as variantes de preocupação (conhecidas pela sigla em inglês VOC) e as variantes de interesse (VOI) passaram a ser nomeadas de acordo com o alfabeto grego.

Como o próprio nome já indica, as VOC e as VOI são as linhagens que trazem mutações importantes, que podem tornar o vírus mais transmissível ou agressivo, por exemplo.

Foi assim que a B.1.1.7, descoberta no Reino Unido, virou a alfa, a B.1.351 (África do Sul) se transformou em beta, a P.1 (Brasil) em gama, a B.1.617.2 (Índia) em delta e a B.1.1.529 (África do Sul) em ômicron.

Essas, aliás, são as cinco VOCs que surgiram até agora.

Além da praticidade, há um segundo motivo que levou a OMS a sugerir o alfabeto grego. A ideia foi evitar preconceitos e comentários xenófobos, que relacionavam a variante com o seu local de origem.

>> ÔMICRON: Veja como está a situação da nova variante no Brasil

2. O que a variante ômicron causa?

Apesar de todas as mutações, a ômicron continua a ser o Sars-CoV-2, o coronavírus que causa a covid-19.

Como se sabe, ele é transmitido por meio de gotículas ou aerossóis de saliva que saem da boca ou do nariz de alguém infectado.

Na maioria das vezes, a doença é leve e o paciente se recupera depois de algum tempo. Mas muitos acometidos desenvolvem incômodos mais fortes e precisam ser internados, intubados e correm mais risco de morrer.

"E vale destacar aqui que os métodos de prevenção seguem os mesmos com a ômicron: uso de máscara, distanciamento físico e vacinação continuam a ser essenciais", esclarece Fonseca.

3. Quais os sintomas da nova variante ômicron?

Os relatos dos especialistas que atenderam os primeiros pacientes infectados com a ômicron na África do Sul indicam algumas mudanças importantes na lista dos principais sintomas.

>> ÔMICRON: anticorpos de infecção anterior não impedem doença pela nova variante do coronavírus

A médica Angelique Coetzee diz que esses indivíduos apresentam com mais frequência queixas como cansaço, dores musculares, "coceira" na garganta, febre baixa e tosse seca.

Em entrevista à BBC News, ela também afirmou que as pessoas acometidas desenvolveram, até agora, incômodos mais leves.

"Tudo começou com um paciente com sintomas leves. Ele dizia estar com um cansaço extremo nos dois últimos dias e tinha dores no corpo e um pouco de dor de cabeça. Nem sequer uma dor de garganta, mas algo como uma garganta arranhando. Sem tosse, nem perda de olfato ou paladar", conta.

"Porque era muito incomum para esse paciente em específico ter esse tipo de sintomas, eu decidi testar. Fizemos um teste rápido, e deu positivo", disse a médica, que então testou toda a família do paciente, com resultados positivos para o coronavírus, todos com sintomas leves.