A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu 16 pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato de três crianças em dezembro do ano passado, em Belford Roxo, na baixada fluminense. Os meninos teriam sido mortos por, supostamente, furtar passarinhos na comunidade.
Logo após o caso ganhar repercussão, envolvidos no crime começaram a ser assassinados como "queima de arquivo". Áudios interceptados pelos investigadores mostram o momento em que suspeitos de participar das mortes das crianças falam sobre um dos suspeitos que se entregou "por medo de morrer".
Ouça a conversa
VT é o apelido de Victor Hugo dos Santos Goulart. Ele foi preso pela polícia em novembro, na cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos. Ao ser encontrado pelos policiais, ele não resistiu à prisão. VT é apontado como um dos chefes do tráfico na comunidade do Castelar.
- Aí, tu tá vendo a Record?
- Tô vendo. O otário deu sorte de não morrer na nossa mão, por isso que ele se entregou, porque nós é que ia matar ele.
- Quem é esse cara?
- É o VT, o Vitinho, que é a frente do Castelo e meteu o pé, viu que tava morrendo geral e se entregou.
- Esse daí que é o VT?
- É.
-É ele, é ?
- É ele, é ele.
Outros áudios
Em outros áudios obtidos pela TV Globo, a polícia ouviu quando outros dois supostos traficantes demonstraram ter estado com os meninos após o sequestro.
"Me colocaram como suspeito dessa morte das crianças também. Não viu não, na televisão?", questiona um deles.
Depois, o outro responde: "E tu não quis nem bater. Lembra?"
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Relembre o caso
Lucas Matheus (8 anos), o primo dele Alexandre da Silva (10 anos) e Fernando Henrique (11 anos) saíram para brincar na manhã de 27 de dezembro do ano passado e nunca mais voltaram.
De acordo com as investigações, eles foram acusados de - supostamente - cometer furtos na comunidade, incluindo o roubo de um passarinho de um homem que seria tio de um dos traficantes da região.
Furiosos com os meninos, traficantes teriam pedido ao chefe do tráfico de drogas da comunidade para matar os suspeitos de cometer os roubos, mas não informaram que se tratavam de crianças.
Os meninos foram sequestrados, torturados e mortos. “Eles foram torturados. Pode-se chamar de tortura. Em algum momento um deles falece, e eles acham que a solução daquele caso seria matar os outros dois e chamar alguém para levar os corpos para fora da comunidade”, afirmou o titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Uriel Alcântara, segundo o portal G1.
Suspeitos assassinados
Com a divulgação do caso na mídia e repercussão nacional, supostos envolvidos começaram a ser mortos como queima de arquivo.
Os depoimentos de duas pessoas foi fundamental na resolução do caso. Um deles afirma ter dirigido o carro que levou os corpos dos meninos até o rio onde foram jogados.
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