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Psicologia em Movimento: frustração, tristeza e esperança, no balanço de final de ano

O colunista Sylvio Ferreira falou sobre o tema no programa Movimento Cultural

Rádio Jornal
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Publicado em 29/12/2021 às 20:08 | Atualizado em 29/12/2021 às 20:13
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Coluna semanal: Psicologia em Movimento
Coluna semanal: Psicologia em Movimento

Ao final de um ano, como o ano que está prestes a findar, é uma prática comum as pessoas realizarem um balanço da vida: o que fizeram ou o que aconteceu de bom sempre motivo de comemoração e alegria e o que aconteceu ou fizeram de ruim, motivo de lembranças dolorosas e de sofrimento.
No primeiro caso, encontram-se os acontecimentos que movem a vida para adiante: a satisfação ou realização profissional, o início ou o despertar de uma paixão amorosa, o asseguramento da saúde e da vida, em tempos tão difíceis, alguma conquista ou realização de alguma pessoa muito querida ou amada, que nos deixa feliz pelo êxito obtido.
Mas o balanço nem sempre é favorável, o que nos causa dor e sofrimento. E o espectro é amplo, da ocorrência de um relacionamento desfeito, de laços familiares interrompidos, a uma situação de demissão e desemprego, de um sonho não realizado, de um projeto de vida frustrado, da perda ou morte de um ente querido, etc.
Para essas pessoas as festividades de fim de ano são acontecimentos que evocam lembranças traumáticas e dolorosas, acontecimentos que desejariam que não tivessem ocorrido, tamanha a frustração, o desapontamento, o sofrimento e a dor.
Elas esquecem, porém, que a vida não é um jogo que possamos voltar atrás, fazendo-a transcorrer conforme gostaríamos que tivesse transcorrido, e não como transcorreu, para a nossa tristeza e desapontamento. As festividades de final de ano para essas pessoas são um verdadeiro martírio. Elas se deprimem, abatem, chegando até ao extremo de deixarem-se levar pelo desespero.
Mergulhadas na dor e no sofrimento, elas não são capazes de lembrarem-se nem de por em prática um ditado popular que diz: "Não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe!". Ou seja, nenhuma dor ou sofrimento é para sempre, toda dor e sofrimento tem fim.
É preciso termos consciência de que assim é a vida, que a tempestade precede a bonança, que a vida é um jogo de perde e ganha, e que para bem sabermos vivê-la faz-se preciso que sejamos capazes de dominar o jogo da paciência, a única forma de superarmos a dor e o sofrimento, haja vista que a paciência é prima-irmã da esperança, e a esperança, por sua vez, aponta na direção do amanhã, sinalizando o início do fim da nossa dor e sofrimento.
Se assim não agirmos, correremos o risco de transformar o sofrimento e a dor em desespero, e o desespero, por sua vez, nos impede de ver qualquer luz no fim do túnel, privando-nos da esperança e confiança no amanhã. A vida não se reduz ao hoje, ou ao ontem, ela também existe na perspectiva do amanhã. Para isso, por maior que seja a nossa dor e sofrimento, temos que aprender a extrair dessas experiências difíceis e amargas as lições de vida que a vida ensina, quando nos predispomos a crescer. 

Foi sobre esses sentimentos tão comuns nas festividades de final de ano: a frustração, a tristeza e a esperança, que o apresentador Marcelo Araújo, conversou com o psicólogo Sylvio Ferreira na coluna Psicologia em Movimento.

 

 

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