Pandemia

Hong Kong enfrenta necrotérios lotados e falta de caixões por onda de covid

Corpos de pacientes mortos está em contêineres

Gabriel dos Santos AFP
Gabriel dos Santos
AFP
Publicado em 16/03/2022 às 10:31 | Atualizado em 17/03/2022 às 15:45
Notícia
Divulgação/ SES-PE
Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) divulgou resultado de novo sequenciamento genético - FOTO: Divulgação/ SES-PE

Profissionais da saúde de Hong Kong começaram nesta quarta-feira (16) a armazenar os corpos dos mortos pela covid-19 em contêineres refrigerados devido à falta de espaço nos necrotérios, em razão do aumento acentuado de infecções atribuídas à variante ômicron.

Hong Kong foi atingida nos últimos meses por um surto mortal de coronavírus que sobrecarregou seu sistema de saúde e causou uma onda de mortes, especialmente entre a população idosa que se recusou a ser vacinada.

Nos últimos três meses, desde o surgimento da variante contagiosa õmicron, a cidade registrou quase um milhão de infecções e 4.600 mortes.

Um representante do setor funerário disse à mídia local que o aumento de mortes esgotou a disponibilidade de caixões.

A chefe do governo local, Carrie Lam, reconheceu a situação em entrevista coletiva e garantiu que em breve chegarão dois carregamentos de caixões da China continental.

"Vamos tentar encontrar uma maneira de a família recuperar o corpo para que o funeral possa ser organizado. Os crematórios (...) também estão funcionando a plena capacidade", disse Lam.

A governante da cidade autônoma chinesa também anunciou o fechamento da maioria de suas praias, depois que fotos de moradores sem máscara aproveitando o sol e o mar geraram indignação na China continental.

A medida se soma às rígidas regras de distanciamento social, incluindo o uso de máscara ao caminhar nas montanhas e a proibição de reunir mais de duas pessoas.

"Vendo um aumento de pessoas nas praias, temos que tomar as medidas apropriadas para proteger nosso sistema, reduzir os deslocamentos para garantir a segurança", disse Lam.

As autoridades indicaram que vão começar na quinta-feira a isolar as praias.

Muitos chineses manifestaram a sua indignação nas redes sociais, considerando que o surto de covid na China continental se deve à fraca resposta de Hong Kong ao coronavírus.

A cidade não impôs um confinamento geral, apesar do forte aumento de infecções. Enquanto, pelo contrário, dezenas de milhões de pessoas na China continental estão confinadas depois do registro de mais de 3.000 infecções por dia nos últimos dias.

O polo tecnológico de Shenzhen, cidade de 17 milhões de habitantes que faz fronteira com Hong Kong, foi confinado na segunda-feira após detectar casos de covid-19 em fábricas e bairros.

"Como podem ser tão descuidados e ir à praia quando Shenzhen está fechada? É egoísmo", afirmou um usuário da rede social chinesa Weibo.

Os pesquisadores acreditam que a taxa de infecção em Hong Kong pode ser maior do que os números oficiais indicam, atingindo metade de seus 7,4 milhões de habitantes.

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