As pesquisas mostram que Lula (PT) e Bolsonaro (PL) são, até o momento, os dois candidatos com maiores chances de disputarem o segundo turno das eleições para presidente da República. Apesar disso, o índice de rejeição dos dois também é alto e, por isso, muitos eleitores ainda esperam uma terceira opção ou "terceira via".
Confira nesta reportagem quais políticos são pré-candidatos à presidência, além de Lula e Bolsonaro
Por ordem alfabética:
Ciro Gomes (PDT)
Ciro Gomes de 64 anos de idade é o pré-candidato à Presidência pelo PDT. Nascido em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, mudou-se com a família para o Ceará ainda pequeno.
Formou-se em Direito e atuou como advogado entre 1979 e 1982, segundo a Folha de São Paulo. Ciro Gomes também foi professor universitário no Ceará.
Ciro criou a base política dele no estado do Ceará. Em 1982, foi eleito deputado estadual pelo Partido Democrático Social (PDS). Ao longo de 35 anos, mudou seis vezes de partido: PMDB em 1983, o PSDB em 1990, o PPS em 1997, o PSB em 2005, o PROS em 2013 e o atual PDT em 2015.
Em 1986 se reelegeu deputado estadual e, em 1988, foi eleito prefeito de Fortaleza. Logo em seguida, foi eleito governador do Ceará, mas não terminou o mandato, já que aceitou o convite de ser Ministro da Fazenda do governo Itamar Franco em 1994. Ele também foi ministro da Integração Nacional no governo de Lula.
"Podem tremer de medo os tubarões que se apossaram da Petrobras. Vibrem de alegria os milhões de brasileiros que pagarão menos no combustível. E vamos dizer de novo: o petróleo é nosso", disse Ciro no evento de lançamento da pré-candidatura.
Eduardo Leite (PSDB)
Eduardo Leite tem 37 anos de idade e, apesar de não ter sido apresentado como pré-candidato pelo PSDB (que escolheu João Doria), seu nome ainda é defendido por algumas alas do partido dos tucanos.
Nascido em Pelotas, no RS, Eduardo Leite começou bem cedo na política. Após completar 16 anos em um sábado, tirou o título de eleitor na segunda-feira seguinte e se filiou ao PSDB no mesmo ano, de acordo com o jornal gaúcho Zero Hora.
Em 2004, se candidatou a vereador da cidade natal e recebeu 2.937 votos, conquistando a suplência. Pouco depois, foi chefe de gabinete dos prefeitos Bernardo de Souza e Fetter Jr.
Em 2008, foi eleito vereador. Mais tarde, em 2012, chegou à Prefeitura de Pelotas aos 27 anos de idade. Eduardo estudou políticas públicas na Columbia University, em Nova York, EUA, e cursa mestrado em gestão pública na Fundação Getulio Vargas.
Avesso às reeleições, não se candidatou novamente à Prefeitura de Pelotas e partiu para o governo do estado. Em 2018, teve 3.128.317 votos, o que corresponde a 53,62% dos votos, derrotando o muito experiente José Ivo Sartori (MDB), 37 anos mais velho que o tucano.
Após muita especulação, Eduardo Leite confirmou ser gay em entrevista exclusiva ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, em julho de 2021.
Este ano, mesmo sem ter o nome confirmado como candidato à presidência, entregou o cargo de governador do Rio Grande do Sul para tentar se candidatar.
“É cedo para dizer ainda o que as próximas semanas me reservam, mas posso garantir que esse percurso não vai ser, como nunca foi na minha vida, individual, vai ser coletivo, enfrentando resistência e procurando respostas especiais ao desafio que está colocado”, disse Eduardo.
José Maria Eymael (Democracia Cristã)
José Maria Eymael é o nome escolhido pelo Democracia Cristã como pré-candidato à presidência. Eymael se candidatará ao cargo pela sexta vez.
Hoje, Eymael tem 82 anos de idade. Segundo a Folha de São Paulo, o pré-candidato nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ele é formado em filosofia e em direito.
Começou na política em 1962, quando se filiou ao PDC (Partido Democrata Cristão). Em 1985, se candidatou à prefeitura de São Paulo, mas não venceu. Naquela época, criou o jingle "ey, ey, Eymael... um democrata cristão", que o marcou na política.
No total, Eymael foi candidato a prefeito de São Paulo quatro vezes, mas nunca foi eleito. Em 1986, venceu a eleição para deputado federal constituinte e reelegeu-se em 1990.
"Nossos valores são os valores da família, as necessidades da família. E na campanha para a Presidência da República vamos defender alguns princípios. Um deles é o emprego. E, para ter emprego, precisamos ter desenvolvimento no país. E o desenvolvimento implica uma série de coisas: reforma tributária urgente, para que tenhamos sistema tributário justo que não esmague empresas e pessoas. [...] Hoje, o cenário no Brasil inteiro [é] de famílias inteiras embaixo de pontes, barracas. E nós, brasileiros, passivos. Basta. O nosso programa, o que diz sobre moradia? Diz o seguinte: toda família tem direito a uma moradia digna, um lugar que seja só seu", disse Eymael ao se apresentar como pré-candidato.
Felipe d'Ávila (Novo)
Felipe d’ Avila, 58 anos, nascido em São Paulo, é cientista político, mestre em administração pública pela Universidade de Harvard. Fundou, em 2008, o Centro de Liderança Pública, uma organização sem fins lucrativos dedicada à formação de líderes políticos.
É escritor e tem 10 títulos publicados, sendo 10 Mandamentos: do país que somos para o Brasil que queremos a sua obra mais recente. Essa é a primeira vez em que ele se candidata ao cargo de presidente da República. O vice-presidente não foi definido ainda. (O perfil de Felipe d'Ávila foi escrito pela Agência Brasil).
“O Brasil precisa de um presidente capaz de pacificar o Brasil e a nossa campanha não é aumentar a polarização ou disputar a polarização. É pacificar o país. As pessoas entenderam que o radicalismo político piorou a vida delas, aumentou a pobreza, o desemprego, caiu a renda, a inflação voltou e a pobreza aumentou”, disse d'Ávila ao se lançar pré-candidato.
André Janones (Avante)
André Janones de 37 anos é pré-candidato à presidência pelo partido Avante. Atualmente, Janones é deputado federal e exerce o primeiro mandato, tendo sido eleito em 2018.
Janones nasceu em Ituiutaba, Minas Gerais, e se formou em Direito, atuando como advogado. Em 2016, ele se candidatou a prefeito da cidade onde nasceu, mas perdeu a disputada. Em 2018, foi o terceiro deputado mais votado de Minas, com pouco mais de 178 mil votos. Em 2021, tentou ser presidente da Câmara dos Deputados, mas ficou em 6º lugar na eleição, vencida por Arthur Lira (PP).
André Janones foi alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em 2019, por ter dito que havia "bandidos" entre os parlamentares.
"Vamos encampar essa campanha de um programa de renda mínima para aqueles que mais precisam. E quando eu falo sobre isso, a primeira coisa que sempre me perguntam em qualquer entrevista ou debate é 'vai tirar dinheiro de onde?'. Ninguém nunca perguntou de onde vai tirar dinheiro para pagar o juro a banqueiro, para pagar amortização de dívida, para pagar privilégio de político", afirmou ao se lançar pré-candidato, em evento no Recife.
João Doria Júnior (PSDB)
Com longa carreira no empreendedorismo e como apresentador de TV, João Doria Júnior é o atual pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, prédio de onde despacha o presidente da República.
João Doria tem 64 anos de idade e até pouco tempo era governador do Estado de São Paulo, cargo que desocupou justamente para tentar se candidatar à Presidência.
João Doria se filiou ao PSDB em 2001. Em 2016, ele foi eleito prefeito de São Paulo, substituindo Fernando Haddad (PT), e deixou o cargo para se candidatar ao governo de SP. Ele foi eleito governador de São Paulo em 2018.
Doria nasceu em São Paulo e morou na França durante dois anos, quando o pai, o político João Agripino da Costa Doria, foi obrigado a se exilar por causa da repressão da Ditadura Militar. De volta ao Brasil, se formou em Comunicação Social. Por causa da formação, foi chefes nas TVs TUPI e Bandeirantes.
Em 1983, foi secretário municipal de turismo na gestão de Mário Covas, então prefeito de São Paulo. Também chegou a ser presidente da Embratur.
Após criar uma produtora de vídeos, começou a apresentar programas de entrevistas sobre negócios. Entre 2010 e 2011, apresentou o reality show "O Aprendiz", na TV Record.
"Pesquisas mostram que nem Bolsonaro e nem Lula têm a confiança da maioria dos brasileiros. Nós estamos numa disputa de rejeitados. A desaprovação de um de outro é o que alimenta o voto de um contra outro e não o voto a favor. Agora é hora do voto a favor do Brasil", afirmou Doria.
Simone Tebet (MDB)
A senadora Simone Tebet é a pré-candidata do MDB à Presidência da República. Ela é formada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e natural de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Antes da política, foi professora universitária por vários anos.
Tebet é filha de Ramez Tebet, que foi governador do estado do Mato Grosso do Sul, prefeito de Três Lagoas e também senador da República.
Em 2002, foi eleita deputada estadual e ficou no cargo até 2004, quando deixou o cargo para se candidatar à Prefeitura da cidade onde nasceu. Ela foi eleita e reeleita.
Depois, foi vice-governadora e, em seguida, se candidatou e venceu para o Senado, onde permanece até hoje.
"Essa missão tem clamor da urgência. A urgência porque o nosso povo, o povo brasileiro, está morrendo de fome depois de centenas de milhares brasileiros terem morrido por uma Saúde omissa, insensível e negacionista", disse Simone Tebet ao se apresentar como pré-candidata.
Vera Lúcia (PSTU)
Vera é pernambucana, da cidade de Inajá, localizada no sertão do Estado. Ela também foi candidata em 2018, mas recebeu apenas 55 mil votos. Em 2020, também foi candidata à Prefeitura de São Paulo.
Ao longo da vida, foi garçonete e datilógrafa. Na política, já foi presidente do PSTU no estado de Sergipe e integrou sindicatos e movimentos estudantis.
“Como candidata, farei o que tenho feito, empunhar a bandeira vermelha do socialismo e, perante essa barbárie capitalista, apresentar o programa que pode acabar com as desgraças que se abatem sobres negros e brancos, héteros e LGBT, empregados e desempregados. Para todos os problemas e dores existe solução”, disse Vera, no lançamento da pré-candidatura.
.
Comentários