TRANSPORTE

Metroviários do Recife decidem prolongar estado de greve; entenda a decisão

Categoria esteve reunida em assembleia na noite desta quinta-feira (19)

Pedro Lima
Pedro Lima
Publicado em 19/05/2022 às 23:24
FILIPE FARIAS/JC
METROVIÁRIOS EM ASSEMBLEIA NESTA QUINTA-FEIRA (19) - FOTO: FILIPE FARIAS/JC

Na noite desta quinta-feira (19), uma assembleia foi realizada na estação central, onde os metroviários votaram a favor pela manutenção do estado de greve. Outra reunião acontecerá na próxima quinta (26), em nova assembleia, para que decidam pela paralisação geral do Metrô do Recife ou não.

O movimento dos metroviários é uma reação contrária à concessão pública do metrô da cidade, que já foi definida pelo governo de Pernambuco e o governo federal.

“Iremos fazer um grande movimento na sede da CBTU. Temos conversas com senadores e líderes e também estamos articulando audiência pública no Congresso. Precisamos também conversar com o governador sobre essa proposta ( de privatização). São muitos caminhos, e é essencial fazer uma propaganda massiva para a população entender que a privatização não resolve o problema do metrô. O governo federal precisa se comprometer com investimento e custeio do sistema, além da tarifa social. A população está necessitada de um metrô de qualidade", diz o presidente do SindMetro, Luiz Soares. 

Conforme a fala dele, até a próxima assembleia, a operação do Metrô do Recife segue regular. "A partir das 5h até as 23h. A categoria acha que precisa ser responsável com a população. O que a gente quer é que o metrô funcione com qualidade", complementou. 

Filipe Farias / JC IMAGEM
O presidente do SindMetro, Luiz Soares, afirmou que a categoria volta a se reunir na próxima quinta-feira (26) para decidir sobre a paralisação geral do metrô - Filipe Farias / JC IMAGEM

Dentre as contestações dos metroviários, uma das principais está a respeito do sucateamento do metrô, que sofre pela necessidade de verba para que haja manutenção e modernização dos equipamentos de transporte. Além da categoria estar rechaçada pelo poder público.

De acordo com a categoria, a exigência é que o governo de Pernambuco abdique da estadualização, que deve ser sequenciada pela privatização da gestão e operação do Metrô do Recife. A determinação é legal. Somente o Estado pode submeter o sistema a uma concessão pública - não se define como privatização porque o metrô não seria vendido, repassado de vez para um gestor privado. Seria concedido, a princípio, por 30 anos.

O que gera temor aos metroviários ainda é a exoneração análogo ao que está ocorrendo no Metrô de Belo Horizonte, que assim como em Recife, é gerido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e está em passagem para a concessão pública. No padrão proposto para o sistema mineiro, os metroviários seriam contemplados a apenas um ano de estabilidade após a transferência para a gestão privada. Porém entre os sindicalistas é de conhecimento que todos os metrôs concedidos, ao menos 40% da mão de obra é despedida - apesar de ser uma mão de obra qualificada.

APOIO POLÍTICO

Em apoio à causa dos trabalhadores, o deputado estadual João Paulo (PT) e o deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB) estiveram presentes na manifestação dos metroviários. Os parlamentares também discursaram: “O governo federal tem de garantir e financiar um metrô de qualidade para a população, que já é tão pobre. Sou solidário a vocês e respeitarem a decisão de vocês”, declarou o petista.

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O deputado estadual João Paulo (PT) e o deputado federal Renildo Calheiro (PCdoB) compareceram à assembleia dos metroviários - Filipe Farias / JC IMAGEM

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O presidente do SindMetro, Luiz Soares, afirmou que a categoria volta a se reunir na próxima quinta-feira (26) para decidir sobre a paralisação geral do metrô - FOTO:Filipe Farias / JC IMAGEM
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O deputado estadual João Paulo (PT) e o deputado federal Renildo Calheiro (PCdoB) compareceram à assembleia dos metroviários - FOTO:Filipe Farias / JC IMAGEM